No terminal Sacomã, localizado no Ipiranga, zona sul de São Paulo, o motorista de ônibus Wagner Mello embarcou em um ônibus com destino a São Caetano do Sul. Ele relatou que não atrasou muito, apenas cerca de meia hora, mas estava preocupado com o retorno para Interlagos, pois costuma utilizar a linha 10-turquesa da CPTM, uma das afetadas pela paralisação.
A atendente de pet shop Rejiane Santos, por sua vez, esperava por um dos ônibus da EMTU que a levaria até o trabalho em São Caetano do Sul. Ela reclamou da situação, afirmando que “está um horror”. Rejiane mora na região de Guarapiranga, zona sul da capital, e enfrentou dificuldades ao desembarcar na estação Chácara Klabin, onde encontrou os portões fechados e funcionários despreparados para dar orientações sobre o que fazer.
Juliana Silva, uma mulher de 28 anos, aguardava um ônibus para Santo André e afirmou que estava enfrentando muitas dificuldades para chegar ao trabalho. Ela normalmente utiliza o metrô na Chácara Klabin em direção a Tamanduateí e depois segue para Santo André. Na volta, ela planeja ir até a estação da Luz, no centro da capital, para pegar a linha 4-amarela do metrô até a estação Pinheiros e fazer a baldeação para a linha 9-esmeralda do trem, que a levará rumo à zona sul.
Vinicius de Campos, um auxiliar de logística de 29 anos, também teve que recorrer a trajetos alternativos devido à greve. Ele mora em Mauá e foi de ônibus até o terminal Sacomã, onde aguardava para embarcar em um ônibus com destino à estação Vergueiro. Seu destino final é a região do metrô Ana Rosa, onde as linhas 1-azul e 2-verde estão fechadas. Vinicius estima que a greve vá acrescentar mais duas horas no tempo de ida e volta.
A falta de perspectiva de retomada nos transportes tem gerado transtornos para a população fora da capital paulista. Com as linhas da CPTM paralisadas, os passageiros têm buscado alternativas como ônibus, caronas e aplicativos de transporte para conseguirem se deslocar. A situação é especialmente complicada para aqueles que precisam passar por mais de uma linha afetada. A falta de informação e orientação por parte dos funcionários causa ainda mais incômodo e prejudica o planejamento das viagens. A expectativa é de que as empresas de transporte e os funcionários entrem em acordo o mais rápido possível para evitar maiores transtornos à população.