Segundo o texto, as controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser solucionadas de forma institucional, respeitando o princípio da soberania popular e garantindo a imparcialidade na verificação dos resultados. Essa declaração foi divulgada após uma conversa por telefone entre os presidentes do Brasil, Colômbia e México.
Os governos dos países latino-americanos estão acompanhando de perto o escrutínio dos votos e fizeram um apelo às autoridades eleitorais venezuelanas para que avancem rapidamente na divulgação dos dados por mesa de votação. Além disso, pediram cautela a todos os atores políticos e sociais para evitar mais violência e manter a paz social.
Os chefes de Estado ressaltaram o respeito à soberania da vontade do povo venezuelano e se mostraram dispostos a apoiar os esforços de diálogo e busca por acordos que beneficiem a população local.
Desde a proclamação de Nicolás Maduro como presidente pela Conselho Nacional Eleitoral (CNE) no domingo passado, a oposição tem denunciado fraudes no processo eleitoral, resultando em protestos que deixaram pelo menos 12 mortos, mais de mil presos e dezenas de feridos, incluindo militares e policiais.
O comunicado conjunto dos três países ocorre um dia após eles não terem endossado a resolução votada no Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA). A resolução exigia a publicação imediata das atas eleitorais e a realização de uma verificação completa dos resultados na presença de organizações de observação independentes.
O governo mexicano criticou a isenção e equilíbrio da OEA para discutir o tema da Venezuela, alegando ingerência nos assuntos internos do país. O presidente do México, López Obrador, afirmou que a postura da OEA não contribui para uma saída pacífica e democrática.
A votação na OEA foi dividida, com 17 países a favor da resolução e alguns, incluindo o Brasil, Colômbia e México, se abstendo. A divisão na votação reflete as diferentes posições dos países membros em relação à crise eleitoral na Venezuela.