Governo Lula evita polêmica e silencia sobre os 60 anos do golpe militar, buscando distensionar com militares envolvidos.

No último domingo, o governo do presidente Lula deu uma orientação clara aos ministérios: evitar qualquer ato relacionado aos 60 anos do golpe de 1964. Essa decisão foi tomada com o intuito de não causar atritos com setores militares que, segundo informações, estariam sob risco de serem responsabilizados pelo golpe atualmente.

Mesmo diante dessa recomendação, oito ministros do governo e a ex-presidente Dilma Rousseff não se calaram e abordaram o tema em suas redes sociais. Entre eles estavam Silvio Almeida, Paulo Pimenta, Camilo Santana, Sonia Guajajara, Paulo Teixeira, Cida Gonçalves, Anielle Franco e Jorge Messias. A ex-presidente Dilma, que foi presa e torturada durante a ditadura, também manifestou sua posição sobre o assunto.

Por outro lado, durante seu mandato, o presidente Bolsonaro sempre celebrou a data do golpe militar de 1964, chegando inclusive a autorizar comemorações nos quartéis, com discursos que enalteciam o regime ditatorial. O Ministério da Defesa sob sua gestão chegou a afirmar que o golpe foi fundamental para a “pacificação” do Brasil e o “crescimento econômico” do país.

No último ano de seu governo, o então ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, foi além e descreveu o golpe como um “marco histórico da evolução política brasileira”, contrariando amplamente a visão da história sobre o período ditatorial. Hoje, o mesmo general enfrenta a possibilidade de ser condenado e preso por ter contribuído com o golpismo.

Esses embates em torno da memória do golpe de 1964 mostram como o tema continua sendo controverso e polarizado na sociedade brasileira, despertando paixões políticas e memórias traumáticas. Enquanto uns buscam apagar o passado sombrio, outros lutam para manter viva a lembrança das violações aos direitos humanos e à democracia que ocorreram naquele período turbulento da história do país.

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