Governo federal e Ministério Público debatem preocupante letalidade policial no Rio de Janeiro.

Na tarde desta segunda-feira (14), representantes do governo federal estiveram reunidos com membros do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) para discutir medidas relacionadas à letalidade policial no estado. Durante o encontro, foram abordadas as recentes operações policiais que resultaram em mortes, como o caso do adolescente Thiago Flausino, de apenas 13 anos, morto durante uma ação do Batalhão de Choque da Polícia Militar na Cidade de Deus no último dia 7, e o trágico episódio envolvendo a pequena Eloah da Silva dos Santos, de apenas 5 anos, que foi morta na Ilha do Governador no último sábado (12).

Segundo o promotor de Justiça André Cardoso, titular da 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro, responsável pelas investigações dos casos de Thiago e Eloah, os representantes do governo federal se reuniram com o objetivo de discutir a questão da violência policial no estado e as mortes em decorrência de intervenções policiais. Durante a reunião, foi ressaltado o apoio dos ministérios na atuação do MPRJ. O encontro foi considerado bastante produtivo, visto que possibilitou a troca de informações e o fortalecimento das relações institucionais para a análise de casos dessa natureza.

No intuito de aprofundar as investigações, uma equipe de técnicos da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPRJ esteve presente na Cidade de Deus ontem, realizando o escaneamento do local onde ocorreu a morte do jovem Thiago Flausino. O objetivo desse trabalho é fornecer uma melhor compreensão do local e verificar a direção dos disparos que resultaram em sua morte. Com base nesses dados, será possível criar uma maquete em 3D com a simulação das diferentes versões apresentadas, de acordo com as informações fornecidas pelos policiais. Além disso, esse trabalho auxiliará na reconstituição do local do crime por parte de um perito oficial.

Na sequência dos acontecimentos, no dia 8, a 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) com o objetivo de apurar as circunstâncias da morte de Thiago. No dia seguinte, foram realizadas diligências na chamada “Porta do Céu”, onde foram colhidas informações para a investigação.

A reunião entre representantes do governo federal e membros do MPRJ representa um primeiro passo na busca por soluções para combater a letalidade policial no estado do Rio de Janeiro. As investigações em andamento seguem o objetivo de esclarecer os fatos e garantir que a justiça seja feita, levando em consideração a importância de preservar a vida e garantir a segurança da população.

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