Recentemente, o governo sofreu uma série de derrotas em votações no Congresso, o que evidenciou a fragilidade de sua base aliada. Aliados de Lula apontam que o presidente nunca fugiu do debate sobre o tema do aborto, mesmo em períodos eleitorais, e destacam a influência da primeira-dama, conhecida como “fator Janja”, que tem posicionamentos firmes em questões relacionadas às mulheres.
A definição de uma estratégia em relação ao projeto de lei antiaborto está prevista para ser discutida em uma reunião de articulação política após a volta de Lula de uma viagem à Europa. No entanto, nos bastidores, há a avaliação de que barrar a tramitação desse projeto será difícil, uma vez que os presidentes da Câmara e do Senado não hesitam em atender pedidos da oposição, focando em suas estratégias para as eleições.
No caso da votação do requerimento de urgência do projeto que aumenta a pena para quem pratica aborto após 22 semanas de gestação, o governo não orientou sua bancada, e partidos como PSOL, PT e PC do B registraram voto contrário. Agora, os parlamentares precisarão analisar o mérito do projeto e possíveis ajustes sugeridos pelo presidente da Câmara, Arthur Lira.
O governo considera a possibilidade de postergar a tramitação de temas polêmicos até o recesso parlamentar, buscando negociações e audiências públicas. Porém, a bancada evangélica rejeita a proposta de criação de uma comissão especial para analisar o PL antiaborto. Os próximos passos do governo serão fundamentais para seu posicionamento em relação a essa pauta sensível.