Governo da Nicarágua fecha 1.500 ONGs, a maioria religiosas, em maior dissolução de organizações desde 2018, por falta de prestação de contas.

O governo da Nicarágua causou polêmica ao decretar o fechamento de 1.500 ONGs, a maioria delas de cunho religioso. Essa decisão, anunciada nesta segunda-feira (19), representa a maior dissolução de organizações desde a era de turbulência política iniciada em 2018 sob a presidência de Daniel Ortega.

De acordo com a determinação do Ministério do Interior, divulgada no periódico oficial La Gaceta, as 1.500 ONGs perderam o registro por não terem apresentado suas demonstrações financeiras ao longo de períodos que variam de um a 35 anos atrás. Além disso, seus bens serão confiscados pelo Estado. Essa justificativa levantou debates sobre a liberdade das organizações e a transparência exigida pelo governo.

O fechamento em massa dessas ONGs representou o maior golpe até agora desferido pelo governo de Ortega contra organizações civis. Com essa medida, o número total de entidades dissolvidas desde 2018 ultrapassa 5.100, evidenciando uma tendência autoritária na Nicarágua.

A comunidade internacional tem acompanhado de perto a situação no país, e vozes críticas já se manifestaram contra o governo nicaraguense. A ONU, por exemplo, acusou o governo de Ortega de promover um aumento exponencial de violações aos direitos humanos no país. Essa postura do presidente tem gerado preocupações e críticas de diversos setores.

Diante desse cenário, muitos questionamentos surgem sobre o futuro da sociedade civil na Nicarágua e o respeito às liberdades democráticas. O fechamento dessas 1.500 ONGs representa um duro golpe para a diversidade de atuação e participação da sociedade civil no país, levantando questionamentos sobre os rumos da democracia nicaraguense sob o governo de Daniel Ortega.

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