De acordo com a determinação do Ministério do Interior, divulgada no periódico oficial La Gaceta, as 1.500 ONGs perderam o registro por não terem apresentado suas demonstrações financeiras ao longo de períodos que variam de um a 35 anos atrás. Além disso, seus bens serão confiscados pelo Estado. Essa justificativa levantou debates sobre a liberdade das organizações e a transparência exigida pelo governo.
O fechamento em massa dessas ONGs representou o maior golpe até agora desferido pelo governo de Ortega contra organizações civis. Com essa medida, o número total de entidades dissolvidas desde 2018 ultrapassa 5.100, evidenciando uma tendência autoritária na Nicarágua.
A comunidade internacional tem acompanhado de perto a situação no país, e vozes críticas já se manifestaram contra o governo nicaraguense. A ONU, por exemplo, acusou o governo de Ortega de promover um aumento exponencial de violações aos direitos humanos no país. Essa postura do presidente tem gerado preocupações e críticas de diversos setores.
Diante desse cenário, muitos questionamentos surgem sobre o futuro da sociedade civil na Nicarágua e o respeito às liberdades democráticas. O fechamento dessas 1.500 ONGs representa um duro golpe para a diversidade de atuação e participação da sociedade civil no país, levantando questionamentos sobre os rumos da democracia nicaraguense sob o governo de Daniel Ortega.