De acordo com os princípios editorais da Globo, jornalistas não podem realizar ações de merchandising ou comerciais, seja dentro ou fora da emissora. A participação desses profissionais na cobertura do Carnaval, portanto, impedia a exploração de possíveis acordos publicitários durante as transmissões. Nos últimos dois anos, a Globo teve prejuízos com a cobertura do Carnaval, mesmo com a alta audiência dos desfiles, especialmente no Rio de Janeiro. Apenas a Ambev, dona da marca de cervejas Brahma, adquiriu uma cota de patrocínio.
Vale destacar que a área esportiva da Globo é separada do jornalismo e permite que narradores e comentaristas façam publicidade, desde que com a autorização prévia dos executivos. Por conta dessas diretrizes, jornalistas renomados como Maju Coutinho, Aline Midlej e Rodrigo Bocardi não farão parte da cobertura do Carnaval deste ano. No Rio de Janeiro, a parceira de Alex Escobar e Milton Cunha será Karine Alves, profissional ligada ao esporte. Em relação à transmissão em São Paulo, a Globo ainda não definiu os nomes, mas a preocupação é encontrar uma figura feminina que tenha identificação com o samba paulista tanto no entretenimento quanto no jornalismo.
Para 2024, a Globo disponibilizou quatro cotas de patrocínio no valor de R$ 23,8 milhões cada uma. Caso todas sejam vendidas, a emissora arrecadará um total de R$ 95,2 milhões. Vale ressaltar que a remuneração das escolas de samba depende do faturamento das transmissões. Além de uma cota fixa, as escolas recebem bônus de acordo com a arrecadação obtida com os patrocinadores.
Com essa mudança estratégica, a Globo busca melhorar seu desempenho financeiro na cobertura do Carnaval, otimizando as oportunidades de negócio e proporcionando uma experiência diferenciada para os telespectadores. Resta aguardar as próximas edições do evento para avaliar os resultados dessa nova abordagem da emissora.