Globo decide tirar jornalistas da transmissão do Carnaval a partir de 2024 por motivos comerciais

A Globo, uma das maiores emissoras de televisão do Brasil, decidiu realizar uma importante mudança na produção da transmissão do Carnaval a partir de 2024. A área de jornalismo não será mais responsável por essa cobertura, que ficará a cargo das áreas de esporte e entretenimento, supervisionadas por J.B de Oliveira, mais conhecido como Boninho. A justificativa para essa alteração é puramente comercial, uma vez que a presença de jornalistas no comando da transmissão limitava as oportunidades de vendas publicitárias.

De acordo com os princípios editorais da Globo, jornalistas não podem realizar ações de merchandising ou comerciais, seja dentro ou fora da emissora. A participação desses profissionais na cobertura do Carnaval, portanto, impedia a exploração de possíveis acordos publicitários durante as transmissões. Nos últimos dois anos, a Globo teve prejuízos com a cobertura do Carnaval, mesmo com a alta audiência dos desfiles, especialmente no Rio de Janeiro. Apenas a Ambev, dona da marca de cervejas Brahma, adquiriu uma cota de patrocínio.

Vale destacar que a área esportiva da Globo é separada do jornalismo e permite que narradores e comentaristas façam publicidade, desde que com a autorização prévia dos executivos. Por conta dessas diretrizes, jornalistas renomados como Maju Coutinho, Aline Midlej e Rodrigo Bocardi não farão parte da cobertura do Carnaval deste ano. No Rio de Janeiro, a parceira de Alex Escobar e Milton Cunha será Karine Alves, profissional ligada ao esporte. Em relação à transmissão em São Paulo, a Globo ainda não definiu os nomes, mas a preocupação é encontrar uma figura feminina que tenha identificação com o samba paulista tanto no entretenimento quanto no jornalismo.

Para 2024, a Globo disponibilizou quatro cotas de patrocínio no valor de R$ 23,8 milhões cada uma. Caso todas sejam vendidas, a emissora arrecadará um total de R$ 95,2 milhões. Vale ressaltar que a remuneração das escolas de samba depende do faturamento das transmissões. Além de uma cota fixa, as escolas recebem bônus de acordo com a arrecadação obtida com os patrocinadores.

Com essa mudança estratégica, a Globo busca melhorar seu desempenho financeiro na cobertura do Carnaval, otimizando as oportunidades de negócio e proporcionando uma experiência diferenciada para os telespectadores. Resta aguardar as próximas edições do evento para avaliar os resultados dessa nova abordagem da emissora.

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