No entanto, a primeira audiência iniciou sem a presença desses representantes, que já haviam oficializado sua saída da conciliação na sessão do último dia 28. Gilmar ressaltou a importância da disposição política e da vontade de reabrir os flancos de negociação para que o diálogo seja retomado.
Durante a sessão, Gilmar declarou que, enquanto os representantes das comunidades indígenas não retornassem à mesa, a tarde seria dedicada ao debate jurídico. Em caso de falta de interesse por parte dos representantes em retornar, eles seriam substituídos por outros indicados pelas comunidades.
Essa foi a terceira sessão dedicada ao tema do marco temporal, sem definição do número de mesas de conciliação que ainda devem ocorrer. Os representantes do movimento indígena criticaram o processo de conciliação, alegando inconstitucionalidade e discriminação, e pediram por igualdade e transparência nas negociações.
No ano passado, o Supremo decidiu que a tese do marco temporal era inconstitucional, desencadeando debates e ações tanto favoráveis como contrárias à decisão. A bancada ruralista conseguiu aprovar um projeto de lei no Congresso instituindo o marco temporal, mas o mesmo foi vetado e posteriormente teve seus vetos derrubados.
A mesa de conciliação conduzida pelo ministro Gilmar Mendes tem sido alvo de críticas do movimento indígena, que vê como inviável uma conciliação sobre um tema que consideram inconstitucional. O diálogo sobre o marco temporal continua sendo pauta de discussão no âmbito jurídico e político do país.