Nesta quinta-feira, 8 de dezembro, uma nova fase da operação da Polícia Federal foi deflagrada, revelando que a fala de Braga Netto aconteceu em meio aos principais dias de planejamento da tentativa de tomada do poder. Militares das Forças Especiais se reuniram em Brasília para tratar do plano golpista, com a participação de Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro. Além disso, assessores de Bolsonaro participaram de reuniões para discutir a minuta do decreto que reverteira o resultado da eleição e prenderia autoridades.
Mensagens obtidas pela Polícia Federal mostram que Braga Netto manifestou irritação com os comandantes do Exército e da Aeronáutica, por não aderirem à tentativa de golpe. Ele chegou a chamar o então comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, de “cagão” e incentivou críticas ao então comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, a quem chamou de “traidor da pátria”.
Além de Braga Netto, outros alvos da operação da PF nesta quinta-feira incluem Jair Bolsonaro, os ex-ministros General Augusto Heleno (GSI), Anderson Torres (Justiça) e o ex-comandante do Exército Paulo Sérgio Nogueira, entre outros.
As revelações trazem à tona a seriedade do planejamento de um golpe de Estado, com a participação de membros das Forças Armadas, assessores presidenciais e outras figuras de alto escalão do governo. Este é mais um capítulo na tensa e polarizada política brasileira, que continua a desafiar as expectativas e abalar as estruturas do país. A investigação da Polícia Federal, juntamente com a repercussão das revelações, coloca em foco as fragilidades e riscos da democracia brasileira, enquanto as consequências dessas revelações se desdobram no cenário político nacional.