A professora de literatura do Colégio Objetivo, Maria de Lourdes da Conceição Cunha, acredita que a iniciativa é muito importante, pois no Brasil a autoria feminina sempre foi deixada de lado, citando que nas escolas, os estudos de autoras mulheres iniciam a partir do modernismo. Já o professor Vinicius Teixeira, do Curso e Colégio Oficina do Estudante, acredita que a inclusão dos nomes é importantes e revolucionária para enfrentar o machismo estrutural brasileiro.
No entanto, a professora Francielly Baliana, do curso Poliedro, prevê uma certa resistência de parte dos alunos e professores em relação à exigência de obras apenas por mulheres nos próximos anos. Para ela, muitos alunos e famílias vão achar desnecessário e apegados a certos autores.
As autoras presentes na nova lista são muito diversificadas, com narrativas tradicionais e atuais, todas de alta qualidade, segundo Maria de Lourdes. Ela ressaltou a importância da perspectiva feminina e como isso pode mudar a visão dos alunos em relação à representatividade feminina.
A professora ainda argumentou que a complexidade do que é ser mulher no Brasil será discutida através das escritoras. Já Vinicius acredita que as autoras irão ocupar o lugar até então ocupado pelos clássicos, e citou a romancista Julia Lopes de Almeida (1862-1934) como uma digna representante de seu estilo literário.
Por fim, a professora Francielly Baliana reconhece que a mudança é importante, mas já sugere que no futuro, o leque deva ser aberto para autoras indígenas, quilombolas e transexuais, para que todas as mulheres sejam contempladas.
Agora, o futuro se encarregará de mostrar os desdobramentos e consequências dessa decisão, e se ela será aceita ou não pelos alunos e professores da USP. O que é claro é que a medida busca promover a igualdade e a representatividade feminina, e é um marco no cenário literário brasileiro.