Entre os títulos selecionados estão obras clássicas como “Opúsculo Humanitário” (1853), da autora feminista do século 19 Nísia Floresta, e “Memórias de Martha” (1899), de Julia Lopes de Almeida, além de títulos contemporâneos como “A Visão das Plantas” (2019), de Djaimilia Pereira de Almeida. A lista inclui também obras de grandes autoras como Lygia Fagundes Telles, Conceição Evaristo, Rachel de Queiroz, entre outras.
No entanto, a divulgação da lista trouxe à tona a preocupação com a acessibilidade dessas obras. Em consulta realizada pela reportagem, foi constatado que numerosos exemplares não estão disponíveis em bibliotecas, sebos virtuais ou livrarias, o que pode impactar o acesso dos estudantes a esses livros.
Diante disso, Fernando Marcílio, professor de literatura do Curso Anglo, ressaltou a importância de novas edições surgirem para garantir o fácil acesso às leituras. Ele também alertou para a oportunidade comercial que surge para as editoras brasileiras com a lista da Fuvest.
Apesar das dificuldades de encontrar alguns exemplares, especialistas acreditam que a decisão da Fuvest é importante para resgatar autoras silenciadas na história da literatura. Vinicius Teixeira, professor de literatura do Colégio Oficina do Estudante, afirmou que a escolha de obras escritas por mulheres tem potencial formativo para as novas gerações, enquanto Fernando Marcílio avalia que as novas obras serão assimiladas sem dificuldades pelos alunos.
Para atender à nova lista, a Fuvest busca promover a leitura de autoras femininas e a inclusão de textos potentes para proporcionar uma experiência literária mais rica e questionadora aos estudantes. A lista contempla obras clássicas, contemporâneas e em domínio público, mas a acessibilidade desses exemplares ainda é um desafio a ser superado.
Além disso, a reportagem ressalta que a decisão da Fuvest é um reflexo do movimento atual de valorização da literatura feminina e também da literatura negra. A oxigenação das listas de leitura obrigatória possibilita um panorama mais abrangente e plural, contribuindo para a formação crítica e reflexiva dos estudantes.
Portanto, a nova lista da Fuvest impacta não apenas a preocupação com a acessibilidade das obras, mas também representa uma abertura para um diálogo mais diversificado na literatura brasileira e um incentivo à leitura de autoras femininas.