Fundo global para perdas e danos na COP28: Conquista tardia e insuficiente para a crise climática global

A COP28, Conferência do Clima realizada em Dubai, foi marcada pela concretização de um fundo global para perdas e danos da mudança climática. No entanto, a promessa de um fundo gerenciado pelo Banco Mundial no valor de US$ 415 milhões por parte de países ricos é considerada insuficiente e tardia.

Os Emirados Árabes Unidos e a Alemanha prometeram US$ 100 milhões cada, enquanto outros países da União Europeia contribuirão com o total de US$ 136 milhões. Já os Estados Unidos prometem US$ 17,5 milhões e o Japão, US$ 10 milhões, montantes que não correspondem ao impacto sofrido pelas populações mais vulneráveis da África, Ásia e América Latina.

Estudos apontam que somente América Latina e Caribe perderam US$ 320 milhões em 2022 com danos climáticos, além disso, a quebra do valor de produção agrícola no Rio Grande do Sul ultrapassa R$ 30 bilhões de 2021 para cá.

Países desenvolvidos haviam prometido US$ 100 bilhões anuais entre 2020 e 2025 para ajudar os menos desenvolvidos, promessa que nunca foi cumprida. Além disso, as empresas petroleiras apresentaram lucros de US$ 219 bilhões em 2022, o que demonstra uma falta de compromisso com as metas climáticas.

Combustíveis fósseis como petróleo, gás natural e carvão são os principais causadores do aquecimento global, entretanto, os países signatários da Convenção do Clima escolheram um petroestado, os Emirados Árabes Unidos, para sediar a COP28.

Além disso, os Emirados Árabes Unidos foram acusados de usar a conferência para fazer negócios com óleo, assim como convidar 400 mil pessoas para o evento, gerando uma grande pegada climática.

O Brasil também não fica atrás, já que o ex-presidente Lula da Silva propôs um fundo bilionário para preservar florestas, cobrou cumprimento de promessas financeiras dos países ricos e exibiu quedas no desmatamento da Amazônia, mas ao mesmo tempo, namorava a entrada do país na OPEP.

As metas do Acordo de Paris, que fixou 1,5ºC de aquecimento como limiar de segurança, estão longe de serem cumpridas, e a falta de consenso sobre a metodologia para verificar se esse limiar foi cruzado indica a necessidade de medidas urgentes para reverter o aquecimento global. No entanto, a COP28 não apresentou um plano de metas e prazos para banir a exploração de combustíveis fósseis.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo