De acordo com o laboratório, Jacqueline apresentou documentação falsa, induzindo a empresa a acreditar que ela possuía a competência necessária para assinar os laudos. Como consequência, dois doadores tiveram laudos com resultados errados para HIV, o que levou a seis pacientes transplantados serem infectados com o vírus. A situação gerou grande repercussão e preocupação, sendo considerada grave pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) e pelo Ministério da Saúde.
O sócio do laboratório, Walter Vieira, foi preso em uma operação da polícia ocorrida na última segunda-feira. Em depoimento, ele afirmou que há indícios de falha humana na transcrição dos resultados de dois testes de HIV. O laboratório foi interditado pela Vigilância Sanitária, com orientação técnica da Anvisa, até que as investigações sejam concluídas.
A gravidade do caso motivou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as Vigilâncias Sanitárias estadual e municipal, e o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde a coordenarem ações para apurar a infecção por HIV em pacientes transplantados no Rio de Janeiro. Além disso, foi revelado que o laboratório possuía pelo menos três contratos com a Fundação Saúde, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde.
É importante destacar que o laboratório possui entre seus sócios familiares do deputado federal Dr. Luizinho (PP-RJ), ex-secretário estadual de Saúde. O parlamentar ressaltou, por meio de sua assessoria, que não participou da escolha do laboratório, durante o período em que esteve à frente da pasta. Até o momento, Jacqueline continuava prestando depoimento à polícia, segundo informações de seu advogado.
A situação continua sendo acompanhada de perto pelas autoridades e pela imprensa, devido à gravidade dos fatos e às consequências para os pacientes transplantados. Novos exames pré-transplante estão sendo realizados no Hemorio, visando garantir a segurança dos procedimentos no estado do Rio de Janeiro.