Durante os meses de agosto a outubro, é comum observar o aumento do número de focos de incêndio na Amazônia, no Pantanal e no Cerrado, além das queimadas nos países vizinhos, resultando em uma extensão de fumaça que pode cobrir cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Essa cobertura de fumaça representa cerca de 60% do território nacional, que possui uma extensão de 8,5 milhões de quilômetros quadrados. No entanto, a pesquisadora Karla Longo, do Inpe, alerta que essa área pode dobrar se forem considerados os países vizinhos e parte do oceano Atlântico.
Essa situação é considerada típica para o período, porém ocorre em meio a uma seca histórica no Brasil, que já afetou mais de 3.978 municípios e 58% do território nacional, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
A fumaça proveniente dos incêndios tem causado transtornos à população de diferentes regiões do Brasil, especialmente em localidades próximas ao sul do Amazonas e ao entorno de Porto Velho, incluindo a capital rondoniense.
Em algumas cidades, como Porto Velho e São Paulo, os níveis de material particulado fino no ar atingiram valores alarmantes, tornando a qualidade do ar péssima e levando a população a enfrentar problemas respiratórios e de saúde relacionados à poluição. Em São Paulo, por exemplo, os indicadores de qualidade do ar atingiram níveis preocupantes, classificando a cidade como uma das mais afetadas do mundo no quesito poluição atmosférica.