França enfrenta impasse político após eleições legislativas e Macron mantém primeiro-ministro para garantir estabilidade do país.

Em meio a um cenário político incerto, a França se vê diante de uma situação delicada após as eleições legislativas. Com a esquerda se destacando nas urnas, a expectativa era de que Macron respeitasse o resultado e permitisse a formação de um governo de coabitação. No entanto, a realidade se mostra mais complexa do que se imaginava.

Analistas políticos apontam que, sem maioria na Assembleia, o bloco progressista enfrentaria rapidamente uma moção de censura. Além disso, a adoção de medidas por decreto e outros recursos jurídicos pela esquerda, como o aumento do salário mínimo e do funcionalismo, preocupa industriais e pequenas e médias empresas. Essas ações poderiam aprofundar o déficit público francês, com possíveis repercussões na zona do euro.

Enquanto isso, a esquerda permanece dividida internamente, com Jean-Luc Mélenchon pleiteando o cargo de primeiro-ministro. Enquanto isso, surgem propostas de coalizão, como a sugestão de Jean-Pierre Raffarin de uma aliança entre o bloco centrista de Macron e deputados de direita. Ainda assim, a formação de um bloco central capaz de obter a maioria absoluta na Assembleia parece distante.

Os 577 deputados eleitos já estão negociando cargos nas comissões da Assembleia, visando evitar que a extrema direita conquiste postos de direção. A Reunião Nacional, liderada por Marine Le Pen, mesmo encerrando a disputa em terceiro lugar, se tornou o primeiro partido do país em número de parlamentares eleitos e votos recebidos.

Diante desse cenário, Macron optou por manter Gabriel Attal como primeiro-ministro, buscando garantir a estabilidade do país. O presidente francês viaja para os Estados Unidos para participar da cúpula da Otan, enquanto o país aguarda os próximos passos políticos que definirão os rumos da nação nos próximos anos.

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