Fragmentação ameaça Amazônia: 108 milhões de hectares em risco de isolamento, alerta estudo da RAISG e ANA.

Um estudo realizado pela Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (RAISG) e pela Aliança NorAmazônica (ANA) alerta para o aumento do desmatamento e fragmentação da Amazônia, que está isolando 23% de suas florestas. De acordo com os dados apresentados, outros 108 milhões de hectares da maior floresta tropical do planeta estão em risco de também ficarem desconectados.

Essa fragmentação representa uma ameaça não apenas para os animais que habitam a região, mas para toda a cadeia ecológica que depende do equilíbrio dos ecossistemas amazônicos. O desaparecimento de corredores ecológicos impede o deslocamento livre dos animais em busca de alimento, acasalamento, migração durante períodos de seca ou refúgio em caso de incêndios florestais.

Segundo Néstor Espejo, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, a falta de conectividade entre as áreas florestais aumenta o risco de colapso dos ecossistemas diante de perturbações como queimadas. Isso pode levar não apenas à transformação da Amazônia em uma savana, mas também acelerar a chegada a um ponto de não retorno, com impactos significativos na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos prestados pela floresta.

A preocupação com a fragmentação e isolamento das florestas amazônicas vai além da preservação da biodiversidade, pois afeta diretamente a regulação do oxigênio, da água doce e do clima global. A interrupção dos processos ecossistêmicos de resiliência pode ter consequências irreversíveis para a Amazônia e para todo o planeta.

Diante desse cenário preocupante, é urgente que sejam adotadas medidas eficazes de conservação e proteção das áreas florestais da Amazônia para garantir a manutenção de sua integridade e funcionamento enquanto um dos biomas mais importantes e biodiversos do mundo.

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