Essa fragmentação representa uma ameaça não apenas para os animais que habitam a região, mas para toda a cadeia ecológica que depende do equilíbrio dos ecossistemas amazônicos. O desaparecimento de corredores ecológicos impede o deslocamento livre dos animais em busca de alimento, acasalamento, migração durante períodos de seca ou refúgio em caso de incêndios florestais.
Segundo Néstor Espejo, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, a falta de conectividade entre as áreas florestais aumenta o risco de colapso dos ecossistemas diante de perturbações como queimadas. Isso pode levar não apenas à transformação da Amazônia em uma savana, mas também acelerar a chegada a um ponto de não retorno, com impactos significativos na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos prestados pela floresta.
A preocupação com a fragmentação e isolamento das florestas amazônicas vai além da preservação da biodiversidade, pois afeta diretamente a regulação do oxigênio, da água doce e do clima global. A interrupção dos processos ecossistêmicos de resiliência pode ter consequências irreversíveis para a Amazônia e para todo o planeta.
Diante desse cenário preocupante, é urgente que sejam adotadas medidas eficazes de conservação e proteção das áreas florestais da Amazônia para garantir a manutenção de sua integridade e funcionamento enquanto um dos biomas mais importantes e biodiversos do mundo.