Por outro lado, o governo federal defende a implementação desse novo plano, alegando ter sido elaborado após constante diálogo com o setor produtivo. Segundo o governo, essa nova política industrial segue as experiências mais modernas, buscando impulsionar a indústria nacional com base em exemplos dos Estados Unidos e da União Europeia. O governo projeta que a implementação desse plano resultará em melhorias na vida da população, mais empregos e maior competitividade da indústria nacional.
O conteúdo do “Nova Indústria Brasil”, plano do governo para impulsionar o setor industrial pelos próximos dez anos, será oficialmente apresentado na próxima segunda-feira (22), em evento no Palácio do Planalto, conforme informado em reportagem da Folha.
Entretanto, a crítica da FPE ganha mais relevância considerando o esforço da equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para evitar déficits orçamentários e manter as contas dentro das regras fiscais. O presidente da frente parlamentar considera que o plano apresenta uma “grande contradição”, frente às posições da equipe econômica para aumentar a arrecadação federal.
Em contrapartida, o governo Lula destaca que a nova política industrial foi construída com base no diálogo com representantes do setor produtivo, trabalhadores e agentes da administração federal. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços afirma que o objetivo da nova política é implementar um projeto de neoindustrialização com uma indústria “sustentável, forte e inovadora”. E o diretor de desenvolvimento produtivo, inovação e comércio exterior do BNDES, José Luís Gordon, afirma que a nova política industrial está “ancorada no que existe de mais moderno” para estimular e apoiar o setor empresarial.
Essa nova política industrial prevê medidas como linhas de crédito com condições favoráveis, para que empresas nacionais possam assumir serviços e obras do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), assim como contratos com compras governamentais.
Além disso, o plano aponta missões e metas específicas para setores como agroindústria, complexo industrial de saúde, infraestrutura, transformação digital, bioeconomia, tecnologia de defesa, entre outros. As metas envolvem desde a produção de insumos em saúde até a redução de emissões de gases poluentes na indústria.
Diante disso, as discordâncias em relação à nova política industrial do governo Lula revelam um embate entre diferentes visões sobre o papel do Estado na economia e no fomento à indústria nacional. Agora, resta aguardar os desdobramentos e impactos que essa nova política industrial trará para o cenário econômico e industrial brasileiro.