Segundo Machado, vários colegas jornalistas estavam cobrindo as manifestações e, por volta de 14h40, um deles ligou informando que as pessoas haviam rompido o bloqueio policial próximo ao Congresso Nacional. Às 15h15, estacionou seu carro no estacionamento do anexo do Ministério da Justiça. Durante a passagem pelo estacionamento do ministério, ele notou a presença de forças de segurança próximas ao prédio, embora não tenha certeza se conseguiu fotografar os policiais.
Durante seu depoimento à CPMI, o fotojornalista chamou a atenção para a presença de policiais especializados parados próximo ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e sede do Supremo Tribunal Federal (STF), despertando o interesse dos parlamentares da oposição ao governo federal. Entre eles, o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) destacou o fato de a Força Nacional de Segurança Pública estar parada no estacionamento do Ministério da Justiça, aparentemente sem agir. Além disso, Barros ressaltou a facilidade com que os invasores destruíram o patrimônio público.
O senador Espiridião Amin (PP-SC) também destacou o depoimento de Machado, reforçando a tese de que os responsáveis pela segurança pública foram omissos. Ele comentou sobre a aparente omissão dos órgãos responsáveis pela segurança na Esplanada dos Ministérios, mesmo diante dos inúmeros avisos sobre possíveis invasões.
Consultado pela reportagem, o Ministério da Justiça ainda não se manifestou sobre a declaração de Machado nem sobre os comentários dos parlamentares da oposição.
Durante seu depoimento, Adriano Machado afirmou que não conhecia nenhuma das pessoas que fotografou no interior do Palácio do Planalto. Ele relatou que quando chegou à Esplanada, percebeu que um grupo de pessoas já havia entrado no edifício sede do Poder Executivo. Apesar do clima hostil e tenso, Machado decidiu entrar no palácio para registrar o que acontecia lá dentro.
Segundo Machado, ele fotografou uma situação bastante relevante, algo que nunca havia presenciado em seus mais de 20 anos cobrindo a Esplanada dos Ministérios. Ao ser confrontado pelos invasores e questionado sobre sua presença, o fotojornalista identificou-se e explicou que era fotojornalista. Porém, diante das ameaças que recebeu, ele apenas pensava em sair dali. Quando estava próximo à saída, um dos invasores exigiu que ele apagasse as fotos. Machado assegurou que cumpriu essa exigência e, após isso, foi cumprimentado por uma das pessoas presentes. Ele explicou que retribuiu o cumprimento por medo de sua própria segurança.
O depoimento de Adriano Machado trouxe à tona questionamentos sobre a atuação das forças de segurança e a facilidade com que os invasores conseguiram adentrar nos prédios públicos. As investigações continuam e espera-se que mais esclarecimentos sejam obtidos em relação aos eventos ocorridos no dia 8 de janeiro na Esplanada dos Ministérios.






