Fake news: ONG de proteção animal não teve doações retidas aguardando Lula ou Alckmin para ajudar vítimas de enchente em Lajeado

No vídeo que circula nas redes sociais, uma mulher se apresenta como presidente de uma ONG de proteção animal e afirma que não conseguiu retirar doações aos atingidos pela enchente em Lajeado, no Rio Grande do Sul, porque os mantimentos estavam retidos até a chegada do presidente Lula (PT) ou do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Porém, essa informação é falsa, de acordo com uma verificação feita pelo Projeto Comprova.

A Prefeitura de Lajeado, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul e o governo federal negaram a acusação. A prefeitura informou que não houve suspensão de entrega de doações e classificou as informações do vídeo como “inverídicas”. As bases de doações do estado montadas em Lajeado não realizam entregas diretamente a voluntários ou vítimas da enchente. Os mantimentos são repassados às prefeituras, que então realizam a distribuição aos que necessitam, afirmou o tenente-coronel Daniel Silva, chefe da Divisão de Assistência às Comunidades Atingidas da Defesa Civil.

O então presidente em exercício, Geraldo Alckmin, também não esteve nos pontos de distribuição de doações em Lajeado durante sua passagem pelo Rio Grande do Sul, segundo informou sua assessoria à reportagem. Voluntários que trabalharam nos centros de distribuição no dia em que o vídeo foi gravado também negaram a versão apresentada pela mulher.

A autora do vídeo, Samara Baum, foi afastada da função de presidente da ONG Unidos Pelos Animais, localizada em Sarandi, no Rio Grande do Sul. A ONG comunicou que o vídeo contém somente a opinião da ex-presidente e que nenhuma das outras voluntárias estava presente no dia da gravação. A Polícia Federal foi acionada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para investigar o caso.

O Comprova define como falso o conteúdo inventado ou editado para mudar seu significado original e divulgado de forma deliberada para espalhar uma falsidade. O projeto monitora conteúdos suspeitos nas redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e realiza investigações sobre os que obtiveram maior alcance e engajamento.

É importante ressaltar que as fake news são consideradas crime e o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, afirmou que buscará a responsabilização pela divulgação do vídeo. O ministro Flávio Dino também reiterou que as fake news não são uma piada ou um instrumento legítimo de luta política.

Cabe ressaltar que a verificação completa sobre esse caso pode ser encontrada no site do Projeto Comprova, que reúne 41 veículos de comunicação na checagem de conteúdos virais. A investigação foi feita pelo Grupo Sinos e GZH e publicada no dia 15 de setembro.

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