Faculdade de Direito da USP investiga pichações de suásticas nazistas em prédio histórico no centro de São Paulo

A direção da Faculdade de Direito da USP está investigando internamente os responsáveis pelas pichações de suásticas nazistas encontradas em diversas áreas do prédio no largo São Francisco, localizado no centro de São Paulo. Segundo o diretor da faculdade, Celso Campilongo, as inscrições foram feitas entre o Natal e o Ano Novo do ano passado, porém os atos têm se repetido, com desenhos de suásticas também em cartazes nas paredes.

As pichações foram encontradas em mesas, na porta do elevador e em placas metálicas, sendo que duas salas vandalizadas haviam passado por restauração pouco antes. O diretor destacou que apesar das câmeras de segurança espalhadas pela faculdade, nenhuma delas registrou o momento das pichações, levantando a suspeita de que o autor ou autores possam conhecer o local e formas de evitar o monitoramento.

A falta de catracas para controle de acesso à Faculdade de Direito permite a entrada do público em geral, além de professores, alunos e funcionários. Durante o período de férias, é comum receber visitantes interessados em conhecer o prédio. O diretor ressaltou que as suásticas nos cartazes são removidas assim que identificadas, enquanto as presentes em áreas tombadas como os elevadores, impedem intervenções imediatas.

Campilongo afirmou ter comunicado o caso ao Ministério Público Estadual e à Procuradoria Federal, mas sem representação formal aos órgãos. A Polícia Civil ainda não foi acionada devido à falta de elementos probatórios. O diretor destacou a legislação que proíbe símbolos nazistas e racismo, enfatizando a seriedade do crime que pode resultar em pena de dois a cinco anos de reclusão. Ele também mencionou que a guerra entre Israel e Palestina pode ter influenciado os atos de vandalismo, mas ressaltou a gravidade e a intolerância dessas ações em qualquer ambiente, especialmente em uma instituição de ensino de direito.

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