O cancelamento ocorreu devido ao fato da mostra ter sido considerada em desacordo com as diretrizes da instituição bancária, uma vez que continha “manifestação com viés político”. A obra que desencadeou a decisão controversa da Caixa era parte da coleção “Bandeiras”, criada pela artista Marília Scarabello, e mostrava fotos de figuras políticas importantes, como Arthur Lira, Damares Alves e Paulo Guedes, em uma lata de lixo.
Ao rescindir o contrato com a artista, a Caixa alegou quebra de contrato e também revelou que havia pago apenas a primeira parcela do acordo, no valor de R$ 75 mil. Esse episódio gerou revolta entre os apoiadores do governo, com parlamentares bolsonaristas expressando descontentamento com o patrocínio da Caixa e do governo federal para a exposição. A deputada federal Bia Kicis chegou a tomar medidas para convocar o ministro da Fazenda Fernando Haddad a fim de esclarecer o financiamento da mostra.
Portanto, o que poderia ter sido uma oportunidade de reflexão artística e cultural sobre a história do Brasil se transformou em um conflito político e uma discussão sobre os limites da liberdade de expressão e do financiamento público para projetos artísticos. A suspensão da exposição “O Grito!” certamente deixou uma marca nas relações entre o mundo da arte e as esferas governamentais.