Exposição “O Grito!” da Caixa, no valor de R$ 250 mil, é cancelada por conter viés político e gera polêmica entre bolsonaristas.

A Caixa Econômica Federal estava prestes a gastar uma quantia significativa de R$ 250 mil em uma exposição de arte intitulada “O Grito!”. A proposta da mostra era refletir sobre os 200 anos da Independência do Brasil e estava incluída em um conjunto de 132 apresentações artísticas que receberam investimento do governo federal e do banco público. No entanto, toda essa preparação e orçamento foram em vão, já que a Caixa decidiu suspender a exposição em 23 de outubro de 2023.

O cancelamento ocorreu devido ao fato da mostra ter sido considerada em desacordo com as diretrizes da instituição bancária, uma vez que continha “manifestação com viés político”. A obra que desencadeou a decisão controversa da Caixa era parte da coleção “Bandeiras”, criada pela artista Marília Scarabello, e mostrava fotos de figuras políticas importantes, como Arthur Lira, Damares Alves e Paulo Guedes, em uma lata de lixo.

Ao rescindir o contrato com a artista, a Caixa alegou quebra de contrato e também revelou que havia pago apenas a primeira parcela do acordo, no valor de R$ 75 mil. Esse episódio gerou revolta entre os apoiadores do governo, com parlamentares bolsonaristas expressando descontentamento com o patrocínio da Caixa e do governo federal para a exposição. A deputada federal Bia Kicis chegou a tomar medidas para convocar o ministro da Fazenda Fernando Haddad a fim de esclarecer o financiamento da mostra.

Portanto, o que poderia ter sido uma oportunidade de reflexão artística e cultural sobre a história do Brasil se transformou em um conflito político e uma discussão sobre os limites da liberdade de expressão e do financiamento público para projetos artísticos. A suspensão da exposição “O Grito!” certamente deixou uma marca nas relações entre o mundo da arte e as esferas governamentais.

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