Exportações de sucata ferrosa têm alta de 49% em junho, segundo o Inesfa, impulsionadas pela valorização do dólar e redução do frete.

A exportação de sucata ferrosa, matéria-prima essencial para a produção de aço, apresentou um aumento significativo no mês de junho, totalizando 68,026 mil toneladas. Esse crescimento de 49% em relação ao mesmo período de 2023 foi destacado pelo Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), que representa mais de 5,5 mil empresas recicladoras.

De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), no primeiro semestre de 2024 as exportações totalizaram 344,324 mil toneladas, uma redução de 2,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O presidente do Inesfa, Clineu Alvarenga, observou que o mercado interno continua com baixa produção de aço, o que tem impactado a demanda por sucata ferrosa.

Alvarenga ressaltou que algumas usinas siderúrgicas suspenderam temporariamente a produção, resultando em uma diminuição na necessidade de sucata ferrosa. Além disso, ele mencionou a presença de um excesso de aço chinês no mercado global e a demora do Brasil em implementar medidas protetivas, como tarifas de importação. No entanto, ele acredita que os efeitos da cota-tarifa para importação de produtos siderúrgicos serão mais perceptíveis nos próximos meses.

A recente valorização do dólar também contribuiu para o aumento das exportações de sucata ferrosa, juntamente com a redução dos custos fretes internacionais. Isso, somado à tarifa de importação do aço em vigor no Brasil, indica uma possível melhoria na demanda interna nos próximos meses.

Além disso, o decreto 12.082, que institui a Estratégia Nacional de Economia Circular, foi aprovado no final de junho, sendo bem recebido pelo Inesfa. Essa medida visa promover a transição do modelo de produção linear para a economia circular, incentivando a reciclagem e a valorização de materiais recicláveis.

O presidente do Inesfa ainda destacou a importância de outras medidas, como o Projeto de Lei que isenta recicladores e cooperativas de catadores do pagamento de PIS e Cofins na venda de materiais reciclados e a PEC da Reciclagem, que busca isentar novos impostos na venda desses materiais às indústrias. Essas iniciativas buscam estimular o setor de reciclagem e favorecer a transição para uma economia circular.

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