Expectativa de vendas de fim de ano ainda é moderada mesmo com programa de renegociação de dívidas

Segundo informações divulgadas pelo jornalista especializado em economia, as expectativas de vendas no varejo para o fim de ano ainda estão estagnadas. Embora o governo tenha adotado medidas econômicas para estimular o consumo, como o programa Desenrola, que tem como objetivo limpar o nome de pessoas com dívidas em atraso, os comerciantes ainda não enxergam uma grande mudança nesse cenário.

No entanto, é esperado que a Black Friday, considerada o “esquenta” para o Natal, traga resultados positivos para o varejo. Esse evento, que é mais voltado para as vendas online e para o segmento de eletrônicos, deve impulsionar o comércio eletrônico. Estima-se que as vendas durante a Black Friday tenham um aumento de aproximadamente 8% em relação ao ano passado.

Já para o período do Natal, as previsões são um pouco mais otimistas. O presidente da Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo, Valter Moura Júnior, prevê um crescimento entre 10% e 12% nas vendas. Segundo ele, nessa época do ano, as vendas físicas nas lojas de rua são mais beneficiadas, principalmente nos setores de vestuário, calçados, eletrônicos, turismo e brinquedos.

No entanto, ainda é cedo para determinar o tíquete médio das compras de Natal. Moura Júnior acredita que os produtos considerados populares serão os mais vendidos, principalmente nas lojas de comércio popular, localizadas na rua Marechal Deodoro, no centro de São Bernardo. O presidente da Associação Comercial e Industrial de Santo André, Pedro Cia Júnior, compartilha dessa opinião, destacando que o segmento de eletrônicos e eletrodomésticos continuará forte na Black Friday, enquanto que os setores de vestuário, calçados e perfumes se destacam no Natal.

Em relação ao programa Desenrola, que visa desendividar as famílias e estimular o consumo, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de São Caetano, Alexandre Damasio Coelho, acredita que apenas em dezembro será possível ver resultados positivos. No entanto, ele ressalta a falta de educação financeira para os devedores, o que pode acabar inflacionando os gastos no fim do ano e resultar em uma nova negativação dessas pessoas em março.

Um levantamento feito pela CDL de São Caetano em parceria com a Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC mostra que a média de dívidas em atraso nas sete cidades da região é de 2,132 por pessoa inadimplente. Esse número é maior do que a média da região Sudeste e a média nacional. Além disso, o valor médio das dívidas chega a R$ 5.157,06, e o tempo médio de atraso é de 25,6 meses.

Mesmo com essas perspectivas, os comerciantes continuam otimistas, mas reconhecem que ainda há desafios a serem superados para impulsionar as vendas no varejo durante o fim de ano. A inflação controlada e a redução da taxa de juros são fatores positivos, porém a taxa de negativação ainda é alta e o desemprego é um aspecto preocupante. Agora resta aguardar para ver como essas expectativas se concretizarão nos próximos meses.

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