Em suas redes sociais, Morales afirmou: “Decidimos aceitar os pedidos de nossa militância e de tantas irmãs e irmãos para ser candidato à Presidência de nossa querida Bolívia”. Ele também acusou o governo atual de atentar fisicamente contra sua vida, justificando sua decisão de se lançar como candidato.
Esta é a primeira vez que um político boliviano anuncia sua intenção de concorrer à Presidência do país em 2025. No entanto, seu partido, o governista Movimento ao Socialismo (MAS), planeja realizar um congresso na próxima semana para formar uma comissão que organize eleições primárias para selecionar os candidatos à presidência e vice-presidência.
Morales e a cúpula do partido têm trocado acusações com ministros do presidente Arce. Recentemente, o ex-presidente acusou os ministros de Governo, Eduardo del Castillo, e Justiça, Iván Lima, de liderarem ações políticas contra si e tentarem envolvê-lo em casos de corrupção.
A disputa interna no partido MAS envolve a definição do candidato oficial: Morales ou Arce. O presidente Arce, no poder desde novembro de 2020, afirmou que a questão da reeleição ainda não está na agenda política.
Há discussões na Bolívia sobre a elegibilidade de Morales para concorrer nas eleições. De acordo com a Constituição, o mandato presidencial é de cinco anos e permite apenas uma reeleição contínua. Porém, Morales interpreta que ex-chefes de Estado podem se candidatar novamente após o término de um mandato presidencial.
Em 2019, Morales buscou um novo mandato e acabou ficando em primeiro lugar nas eleições presidenciais, mas o resultado não foi reconhecido pela oposição e ele se exilou no México. Jeanine Añez assumiu interinamente o poder na época e posteriormente foi presa e condenada a dez anos de prisão por organizar um golpe de Estado contra Morales.
A decisão de Evo Morales de se candidatar à Presidência da Bolívia em 2025 demonstra uma ruptura dentro do partido MAS e acentua a tensão política no país. Resta aguardar o posicionamento do Tribunal Constitucional sobre a interpretação da reeleição presidencial, que poderá influenciar na participação de Morales nas eleições futuras.