Ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli aposta em megaparque de energia renovável para produção de combustíveis sustentáveis.

O ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, que foi um dos responsáveis pela exploração do pré-sal, decidiu deixar o setor de petróleo e passou a atuar como consultor técnico na construção de um megaparque de energia renovável na Bahia. Esse projeto contará com cinco parques eólicos que somarão 14 gigawatts, com o objetivo de produzir combustíveis sustentáveis, como querosene de aviação renovável, diesel e gasolina, além de hidrogênio verde por eletrólise.

De acordo com Gabrielli, o projeto deve entrar em operação entre 2027 e 2028, com a produção em larga escala de querosene de aviação renovável, que irá dobrar a produção do país. Além disso, a intenção é produzir etanol com sequestro de hidrogênio para a fabricação de metanol, que por sua vez será utilizado na produção de querosene de aviação renovável.

Embora esteja agora apostando em energias renováveis, Gabrielli ainda acredita que o petróleo terá uma vida longa e que o Brasil tem uma posição de destaque no cenário mundial devido aos reservatórios do pré-sal. Segundo ele, mais de 70% da produção brasileira atualmente vem das áreas do pré-sal, o que torna o país um exportador. Ele enfatiza que a descoberta do pré-sal durante sua gestão foi fundamental para o Brasil e que, sem ela, o país não estaria onde está hoje.

Gabrielli destaca que a exploração do pré-sal foi possível graças à persistência da Petrobras em expandir a exploração, mesmo sem as sondas necessárias para águas ultraprofundas. Além disso, a empresa investiu em pesquisa e desenvolvimento, expandindo o Centro de Pesquisa e estabelecendo parcerias com universidades brasileiras.

O ex-presidente também ressalta que o pré-sal trouxe surpresas positivas, como a produção de petróleo por poço que superou em cinco vezes a estimativa inicial. Isso possibilitou uma redução significativa nos custos de produção, tornando o petróleo do pré-sal competitivo em relação às áreas do Oriente Médio.

Gabrielli defende que a Petrobras continue a explorar a Margem Equatorial em busca de novas reservas, pois, segundo ele, o pré-sal não é eterno e é importante garantir o nível de produção do país. Ele acredita que as negativas do Ibama em conceder licenciamento ambiental para a exploração da área pela Petrobras são baseadas mais em preocupações climáticas do que ambientais, o que pode levar à judicialização do caso.

Por fim, ele destaca que a Petrobras tem experiência em conviver com áreas sensíveis, como ocorre no Urucu, no Amazonas, e que é possível conciliar a exploração de recursos naturais com a preservação ambiental.

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