De acordo com Lessa, a pessoa que teria pago a propina está presa há dez anos, é miliciano e teme falar. Ele afirmou que Rivaldo Barbosa e Alexandre Herdy teriam recebido R$400 mil para não apresentar as armas apreendidas, mas que a promessa não foi cumprida e o miliciano continua preso, com os R$400 mil desaparecidos.
Ao longo dos três dias de perguntas da Procuradoria-Geral da República, assistentes de acusação e advogados dos réus, Lessa firmou uma delação premiada na qual confessou ser o autor do crime contra Marielle Franco e apontou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão como os mandantes. Ele negou ser um “assassino profissional”, como descrito pela Polícia Federal, e explicou que os homicídios foram oportunidades que surgiram através de amizades antigas.
Lessa também revelou detalhes sobre sua relação com o bicheiro Bernardo Bello, incluindo o empréstimo de seu nome para fins de prestígio social. Segundo ele, a presença em eventos como o Carnaval carioca ao lado de figuras importantes garantia visibilidade e status ao contraventor.
As acusações feitas por Ronnie Lessa geraram grande repercussão e colocaram em xeque a conduta do delegado Alexandre Herdy. A polêmica continua e novos desdobramentos são aguardados para esclarecer os fatos apresentados durante a audiência do STF. A sociedade e as autoridades competentes acompanham de perto o desenrolar desse caso que envolve figuras influentes e o obscuro mundo das milícias no Rio de Janeiro.