Ex-ministro da Justiça e ex-diretor da PRF indiciados por tentativa de impedir deslocamento de eleitores no Nordeste durante eleições de 2022.

A Polícia Federal (PF) realizou um importante indiciamento nesta sexta-feira (16) envolvendo o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, além de quatro policiais. Eles são suspeitos de tentar impedir o deslocamento de eleitores durante o segundo turno das eleições de 2022, especificamente no Nordeste.

De acordo com as investigações conduzidas pela PF, esses indivíduos teriam dado ordens ilegais e agido para que a PRF realizasse operações visando dificultar o trânsito de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Tais ações teriam ocorrido no dia 30 de outubro de 2022, data do segundo turno das eleições, que teve Lula como vencedor na disputa contra o então presidente Jair Bolsonaro.

O pedido de indiciamento foi confirmado pela reportagem, que teve acesso a um relatório parcial enviado pela PF à Procuradoria Geral da República (PGR). A PGR agora avaliará se os indícios são consistentes para denunciar os envolvidos à Justiça ou se serão necessárias mais investigações. A PF segue trabalhando no caso e solicitou prazo adicional para a conclusão das apurações.

Além de Torres e Vasques, outros policiais federais que atuaram no Ministério da Justiça foram indiciados. Eles estão sendo investigados por violência política, sob o artigo 359-P do Código Penal, por tentarem impedir o exercício dos direitos políticos de terceiros.

As operações sob investigação foram realizadas na forma de blitze policiais em estradas do Nordeste, concentrando-se nas regiões onde Lula liderava as pesquisas de intenção de voto. Dados revelados pela PF apontam um efetivo maior da PRF no Nordeste durante o segundo turno, com um alto número de ônibus parados nas fiscalizações.

A defesa de Silvinei Vasques argumentou que a conduta de seu cliente não se enquadra no tipo penal atribuído pela PF e confia no arquivamento do caso pela PGR. A Agência Brasil está em contato com as demais defesas dos envolvidos para obter mais informações e posicionamentos sobre o indiciamento.

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