Estudo revela alterações na microbiota intestinal em crianças com TEA que podem agravar sintomas da condição, aponta pesquisa publicada na Nature Microbiology.

Recentemente, um estudo publicado na revista Nature Microbiology revelou novas descobertas relacionadas ao transtorno do espectro autista (TEA) em crianças. A pesquisa coordenada por Siew Ng, da Universidade Chinesa de Hong Kong, apontou que crianças com TEA podem apresentar alterações na microbiota intestinal, com a presença de microrganismos de quatro grupos diferentes, levando a um desequilíbrio conhecido como disbiose.

Essas descobertas abrem caminho para o desenvolvimento de ferramentas diagnósticas mais precisas para o autismo, além de contribuir para a compreensão de como as mudanças intestinais podem afetar o sistema nervoso cerebral. O estudo utilizou técnicas avançadas de sequenciamento de amostras fecais de 1.627 crianças, permitindo identificar diversos microrganismos associados ao TEA.

Destaca-se que a presença de um desses microrganismos esteve associada ao diagnóstico de autismo em 91% dos casos, o que demonstra a eficácia de novas abordagens diagnósticas baseadas na microbiota intestinal. Além disso, a pesquisa evidenciou a associação entre preferências alimentares e alterações na microbiota de crianças com TEA, ressaltando a importância de uma dieta adequada nesses casos.

É importante ressaltar que, mesmo com a alteração da dieta das crianças com TEA, algumas das mudanças na microbiota intestinal permaneciam, o que reforça a complexidade dessa relação. Outro ponto relevante do estudo foi a comparação com grupos de crianças com outros transtornos, como TDAH e dermatite atópica, que evidenciaram diferenças na composição da microbiota.

Dessa forma, o estudo traz contribuições significativas para o campo da pesquisa do autismo, abrindo novas perspectivas para o diagnóstico precoce e o entendimento dos mecanismos envolvidos nessa condição. Os resultados indicam a possibilidade de desenvolver exames diagnósticos não invasivos e modelos preditivos da condição, que podem ser fundamentais para o avanço nos estudos sobre as características do autismo no futuro.

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