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Estudo do Ipea revela que problemas familiares e desemprego são os principais motivos que levam à situação de rua.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que os principais motivos que levam as pessoas a viverem nas ruas são problemas familiares e desemprego. Os resultados apresentados na segunda-feira (11) levaram em consideração os dados do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

Segundo o cadastro, 227 mil pessoas estavam oficialmente registradas como em situação de rua em agosto de 2023. No entanto, o estudo alerta que esse número não pode ser considerado um censo oficial, devido às dificuldades de realizar um levantamento preciso de todos os que fazem parte desse grupo mais vulnerável.

A pesquisa mostrou que 47,3% das pessoas em situação de rua enfrentam problemas familiares, enquanto 40,5% estão nessa condição devido ao desemprego. Além disso, outros motivos citados foram alcoolismo e outras drogas (30,4%), perda de moradia (26,1%), ameaça e violência (4,8%), distância do local de trabalho (4,2%), tratamento de saúde (3,1%), preferência ou opção própria (2,9%) e outras questões (11,2%).

O estudo do Ipea aponta que as causas que levam as pessoas a viverem nas ruas podem ser organizadas em três dimensões: exclusão econômica, fragilização ou ruptura de vínculos sociais e problemas de saúde. Essas dimensões não são excludentes e muitas vezes se manifestam ao mesmo tempo.

Além disso, a pesquisa revelou que problemas familiares e motivos de saúde, como o abuso de álcool e outras drogas, são fatores que contribuem para uma permanência mais longa na situação de rua, enquanto razões econômicas costumam significar uma situação de rua de curta duração.

Outros dados apontados pela pesquisa incluem que a maioria das pessoas em situação de rua se declarou negra, com um número médio de anos de escolaridade menor em comparação aos brancos. Além disso, as mulheres representam apenas 11,6% da população nessa situação.

Com o objetivo de colaborar com o aprimoramento das políticas públicas voltadas para a população em situação de rua, o estudo considerou um conjunto abrangente de informações, como tempo de permanência na rua, migrações, áreas de circulação, entre outros.

Para atender às necessidades dessa população, foram lançados planos de ação e monitoramento para efetivação da política nacional. O governo federal também lançou o Plano Nacional Ruas Visíveis, que prevê um investimento inicial de R$ 982 milhões em medidas desenvolvidas a partir de sete eixos, como assistência social, saúde, violência institucional, cidadania, educação, habitação e trabalho.

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