O pesquisador Ronilson Ferreira Freitas, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que orientou o estudo, ressaltou a atenção demandada pelos elevados índices de mortalidade por desnutrição, mesmo diante da tendência decrescente identificada. Em 2021, a taxa de mortalidade chegou a 10,6 mortes a cada 100 mil pessoas, denotando a necessidade de medidas preventivas mais eficazes.
A desnutrição analisada no estudo vai além da simples falta de calorias, abarcando também a deficiência na ingestão de proteínas. A longo prazo, essa condição resulta na perda de peso e de massa muscular, comprometendo significativamente a qualidade de vida dos idosos. Com a fraqueza muscular, eles enfrentam obstáculos para realizar atividades cotidianas, como levantar-se, tornando-se mais propensos a quedas e fraturas.
A nutricionista Simone Fiebrantz Pinto enfatiza que a desnutrição atinge os idosos por uma série de razões, incluindo dificuldades relacionadas à dentição e deglutição, comuns nessa fase da vida. Além disso, condições de saúde como demências e doenças crônicas tornam os idosos mais propensos à perda de peso e desnutrição. Fatores socioeconômicos, como a diminuição da renda com a aposentadoria e o aumento dos gastos com medicamentos, também contribuem para a situação.
Por fim, Freitas destaca a importância de reavaliar e aprimorar as políticas públicas existentes, que se mostraram capazes de conter o avanço do problema. O desafio agora é garantir que tais medidas sejam eficazes na redução da mortalidade por desnutrição entre a população idosa, prevenindo perdas desnecessárias de vidas.
