Repórter São Paulo – SP – Brasil

Estudo aponta que mudanças climáticas intensificaram incêndios no pantanal, com chances aumentadas em até cinco vezes.

Segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira (8), as mudanças climáticas têm agravado as condições de seca, calor e vento no Pantanal em aproximadamente 40%, o que tem contribuído para os incêndios recorde que assolam o bioma este ano. Realizado pela rede internacional de cientistas WWA (World Weather Attribution), o estudo apontou que as alterações no clima causadas pelas ações humanas aumentaram significativamente as chances de ocorrência de queimadas catastróficas na região.

A cidade de Corumbá (MS) foi um dos locais visitados pela Folha em junho, onde os incêndios já estavam causando impactos visíveis. Filippe Lemos Maia Santos, cientista brasileiro participante do estudo, alertou que os incêndios massivos estão se tornando uma nova realidade no bioma devido ao aumento da temperatura e à diminuição da área alagada, o que torna a vegetação mais seca e inflamável.

A situação crítica pode se manter nos próximos meses, de acordo com os pesquisadores, uma vez que a temporada de seca ainda não atingiu seu auge. A substituição dos combustíveis fósseis por energia renovável, a redução do desmatamento e a proibição de queimadas controladas são apontadas como medidas urgentes para combater os impactos dos incêndios florestais que afetam comunidades indígenas e agricultores.

Os incêndios no Pantanal começaram mais cedo que o normal, após uma temporada de chuvas extremamente fraca. Desde janeiro até esta terça-feira, o bioma já registrou um aumento de 1.973% nos focos de calor em comparação com o mesmo período do ano passado. O acumulado atual supera até mesmo o ano de 2020, considerado o mais crítico da história, quando 30% do total do bioma foi consumido pelo fogo.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas informou que a área queimada no Pantanal neste ano representa aproximadamente 6,8% a 8,3% do território total do bioma, segundo dados do Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Com as mudanças climáticas se intensificando, é crucial adotar medidas concretas para proteger o Pantanal e suas comunidades vulneráveis diante desses desastres ambientais.

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