A diretora do WWA, a climatologista Friederike Otto, ressaltou a importância desse aumento de intensidade, destacando que mesmo uma pequena variação pode resultar em grandes impactos e danos. O estudo revelou que a queima de combustíveis fósseis tornou a formação de furacões como o Helene 2,5 vezes mais provável na região atingida, reduzindo o intervalo médio entre esses eventos de 130 para 53 anos.
Os cientistas analisaram diversos aspectos do furacão Helene, como as chuvas, os ventos e as temperaturas da água no Golfo do México, fundamentais para sua formação. Ben Clarke, coautor do estudo e pesquisador do Imperial College London, alertou em uma coletiva de imprensa que a intensidade de todos esses fatores foi amplificada pela mudança climática, e que podemos esperar por eventos semelhantes à medida que o planeta continua a se aquecer.
Enquanto a Flórida se recupera dos estragos causados pelo Helene, outra grande tempestade se aproxima. O furacão Milton ameaça atingir a região, deixando a população em alerta.
O estudo, realizado por cientistas de vários países, utilizou métodos de atribuição rápida para avaliar a relação entre eventos extremos e as mudanças climáticas. Concluiu-se que o aquecimento global aumentou as chuvas em 10%, os ventos em 11% e a temperatura da água em 2°C, o que contribui para a intensificação e frequência de furacões como o Helene.
Diante desse cenário preocupante, os especialistas alertam que o aumento das emissões de gases do efeito estufa pode resultar em furacões ainda mais destrutivos no futuro. A conscientização e ações urgentes para mitigar os impactos das mudanças climáticas são necessárias para evitar tragédias como a causada pelo furacão Helene.