Repórter São Paulo – SP – Brasil

Estudante de 10 anos da Emeb Marieta de Freitas Martins, em Diadema, se apaixona pelo maculelê, dança afro-indígena, após aulas do programa Dandara e Piatã.

Ana Gabriela Freitas Silva, de 10 anos, aluna do 5º ano na Emeb Marieta de Freitas Martins, na Vila Ida, Diadema, tem demonstrado grande interesse no maculelê, uma dança de matriz afro-indígena. A história que envolve essa dança antiga possui duas versões, mas em ambas prevalece a luta de um homem negro, ex-escravizado, que vivia em um quilombo. Este homem, sozinho e desarmado, enfrentou invasores com dois bastões, conhecidos como “grima”, e segundo a lenda, acabou morto ou ferido.

A narrativa do maculelê fez parte de uma das aulas do programa Diadema de Dandara e Piatã, iniciativa da Prefeitura de Diadema que visa cumprir a legislação que determina o ensino obrigatório da história e cultura afro-brasileira e indígena na educação básica. Por meio desse programa, Ana e seus colegas de turma puderam aprender sobre a dança e a história por trás dela.

O Dandara e Piatã tem sido uma experiência enriquecedora para mais de 11 mil crianças do ensino fundamental da rede pública de Diadema, oferecendo uma hora de aula por semana sobre a cultura afro-brasileira e indígena. Após conhecer a história do maculelê, Ana se encantou ainda mais com a dança, e passou a praticá-la com sua colega de sala, Letícia da Silva Moraes, de 11 anos, que também se mostrou apaixonada pelo programa.

Moraes ressaltou a importância de valorizar as culturas negra e indígena na escola, destacando que o conhecimento dessas culturas é fundamental para combater o racismo e promover o entendimento de que todas as pessoas são iguais. O programa Dandara e Piatã utiliza práticas como os jogos Mancala Awelé e o Jogo da Onça para enriquecer o ensino.

A professora Katia Maciel, que leciona no Dandara e Piatã, enfatiza que o programa tem o objetivo de apresentar a formação do Brasil de uma maneira menos eurocêntrica, valorizando as culturas africana e indígena. Os professores são selecionados por meio de um rigoroso processo seletivo e recebem formação constante para oferecer um ensino de qualidade.

O diferencial do programa Dandara e Piatã se destaca em relação a outros municípios brasileiros, já que preenche de forma ampla as leis federais relacionadas à formação da verdadeira história brasileira. Além disso, Diadema conta com o Núcleo dos Estudos e Relações Étnico Raciais, que trabalha em conjunto com a Coordenadoria da Igualdade Racial e líderes do movimento negro para promover discussões e formações sobre o tema. No total, o programa atende mais de 11 mil crianças do ensino fundamental e outros 17.800 estudantes da educação infantil, creche e EJA (Educação de Jovens e Adultos).

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