A fiação subterrânea corresponde a menos de 1% da malha elétrica no Brasil, com a presença mais comum em algumas avenidas importantes e centros históricos. Especialistas apontam que os principais motivos para a falta de investimento nesse modelo são o alto custo e a grande dimensão do país. O coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nivalde Castro, destaca que as “surpresas” climáticas podem se tornar mais frequentes e intensas, o que exigirá um investimento urgente em fiação subterrânea.
Para os especialistas, o alto custo para instalar redes subterrâneas e a visão de curto prazo das empresas privadas são as principais barreiras para a adoção desse modelo. Além disso, é necessário o trabalho conjunto de vários setores, não apenas o energético, para uma migração completa para a fiação subterrânea, o que torna o desafio ainda mais complexo.
Diante desses desafios, a solução pode estar na melhoria do sistema já existente. O engenheiro elétrico e diretor do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (ILUMINA), Roberto D’Araujo, defende a organização das instalações aéreas existentes, separando cabos de eletricidade e de telecomunicações, melhorando a condição dos postes e dos fios, e implementando uma fiscalização eficiente para garantir a segurança e qualidade dos serviços de energia.
Portanto, o debate sobre a fiação elétrica subterrânea nas cidades brasileiras é essencial para garantir a segurança e estabilidade dos serviços de energia, especialmente diante do aumento da frequência de eventos climáticos extremos. O investimento nesse modelo pode ser um desafio, mas é fundamental para o desenvolvimento e sustentabilidade das cidades.