O objetivo da legislação é que o ensino da cultura afro seja integrado ao currículo durante todo o ano escolar, e não apenas de forma superficial em eventos pontuais. Adriana Moreira, coordenadora de equidade racial e educação da Uneafro, ressalta que é essencial que o tema não seja tratado como um simples enfeite festivo, pois isso afasta a possibilidade de um verdadeiro combate ao racismo no ambiente escolar.
O caso da filha da atriz Samara também foi mencionado pelos especialistas, destacando que as agressões racistas não são isoladas e que as escolas precisam agir para criar um ambiente seguro para os estudantes negros. Adriana enfatiza que a inação das instituições de ensino diante dessas situações só contribui para a perpetuação do preconceito.
A responsabilidade pela educação antirracista não deve recair apenas sobre a escola, segundo Luciana Fevorini, diretora do colégio Equipe. Ela ressalta a importância da corresponsabilidade dos pais e da sociedade como um todo na promoção da igualdade e do respeito à diversidade.
Os especialistas também destacam a importância de oferecer exemplos positivos aos alunos e questionam com quem eles convivem de forma igualitária. Thales Vieira, do Observatório da Branquitude, ressalta que a representatividade e a convivência com pessoas negras em diferentes posições sociais são fundamentais para mudar as práticas racistas na sociedade.
Portanto, é fundamental que as escolas não apenas cumpram a legislação que obriga o ensino da cultura afro, mas também atuem ativamente na promoção da diversidade, no combate ao racismo e na construção de um ambiente escolar mais inclusivo e seguro para todos os estudantes.