Escolas cívico-militares: Ministros do STF convocam audiência pública para debater projeto paulista controverso.

O programa de escolas cívico militares do governo paulista continua sendo alvo de polêmica e resistência por parte da comunidade escolar da região e do Estado. Mesmo suspenso até a apreciação do STF, a intenção do governo de implementar escolas cívico militares continua sendo combatida, especialmente pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).

No ABC, das 125 escolas consideradas aptas para o programa, apenas 15 diretores manifestaram apoio ao modelo. A Apeoesp está concentrando esforços nessas escolas para reverter a adesão. O projeto de lei do governador Tarcísio de Freitas que cria as escolas cívico militares foi aprovado em maio pela Assembleia Legislativa e gerou controvérsias desde então.

Partidos políticos como PSol e PT entraram com Ações Diretas de Inconstitucionalidade, alegando que o modelo de ensino militar não está de acordo com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e que desvirtua as atribuições previstas constitucionalmente para a Polícia Militar, além de afrontar a gestão democrática do ensino público.

O ministro do STF, Gilmar Mendes, convocou uma audiência pública para discutir o tema, marcada para o próximo dia 22. Enquanto isso, a Apeoesp estadual também entrou com uma ADIN no Tribunal de Justiça de São Paulo, resultando em uma liminar que suspendeu a eficácia da lei criadora das escolas cívico militares até a análise do Supremo.

A presidente da Apeoesp, Fabio Santos de Moraes, destaca a importância de uma escola civil, acessível, inclusiva e plural, rejeitando a disciplina militar no ambiente escolar. A conselheira da subsede da Apeoesp em Santo André, Tati Lima, relata problemas nas escolas que aceitaram o modelo cívico militar, ressaltando a falta de consulta aos pais e decisões tomadas de forma arbitrária.

A decisão da Escola Estadual Vladimir Herzog, em São Bernardo, de voltar atrás e não mais aderir ao modelo militar, após manifestações do Instituto Vladimir Herzog, reflete a resistência e repúdio de parte da comunidade escolar. Enquanto isso, a Secretaria de Educação do Estado informou que suspendeu o programa até a decisão final do STF. A luta contra as escolas cívico militares no Estado continua, com o debate sobre o modelo de ensino e a valorização da educação pública em destaque.

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