Repórter São Paulo – SP – Brasil

Equipe captura botos na Amazônia para estudo de saúde e prevenção de mortes devido à seca severa do ano passado.

Uma equipe multidisciplinar composta por biólogos, veterinários e pescadores realizou uma operação na Amazônia para capturar temporariamente botos com o objetivo de estudar a sua saúde. A ação foi motivada pela trágica morte de centenas desses mamíferos no ano anterior, em decorrência de uma seca severa que assolou a região.

Os botos foram cuidadosamente capturados e levados para terra firme, onde passaram por exames de sangue e outros testes para avaliar seu estado de saúde. Após a realização dos procedimentos, os animais foram devolvidos ao lago Tefé, na bacia amazônica, sendo ainda equipados com um microchip para monitorar seus movimentos via satélite.

Durante a operação, os pescadores tiveram o cuidado de não separar uma fêmea boto adulta de seu filhote, visando minimizar o estresse dos animais. A líder do projeto, Miriam Marmontel, do Instituto Mamirauá de Desenvolvimento Sustentável, destacou a importância dessa abordagem cuidadosa, garantindo o bem-estar dos botos durante toda a operação.

Além dos exames de sangue, os pesquisadores realizaram biópsias para verificar a presença de contaminantes na gordura dos animais, bem como inseriram microchips para monitorar seus movimentos e a temperatura da água em que nadam. Essas medidas visam fornecer informações valiosas para entender as causas das mortes ocorridas no ano anterior e agir preventivamente diante de situações semelhantes.

Os botos da Amazônia, conhecidos por sua coloração rosa, são espécies únicas de água doce encontradas apenas nos rios da América do Sul. Sua população é considerada vulnerável devido aos ciclos reprodutivos lentos, o que os torna especialmente suscetíveis a ameaças externas.

O projeto foi apoiado pela Fundação Nacional de Mamíferos Marinhos da Califórnia, que contribuiu com pesquisadores para a realização dos exames nos botos. A iniciativa busca garantir a preservação desses animais e o ecossistema amazônico, diante das mudanças climáticas e secas cada vez mais frequentes na região.

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