Os moradores e comerciantes de Sinimbu passaram o dia tentando se recuperar dos estragos causados pelas águas, limpando imóveis tomados pela lama e contabilizando os prejuízos. Segundo estimativas da prefeitura, mais de 2.000 pessoas foram desalojadas, em uma cidade com pouco mais de 10 mil habitantes.
O centro da cidade, onde o nível da água ultrapassou dois metros, se tornou um cenário de guerra, com casas e comércios destruídos por toda parte. Nas ruas enlameadas, restos de móveis, alimentos, eletrodomésticos e entulho se acumulam. Caminhões circulavam recolhendo os objetos descartados na tentativa de trazer um pouco de ordem ao caos que se instaurou.
Relatos dos moradores dão conta de como a tragédia se desenrolou. Eunísio Vitalis, gerente comercial da cidade, relembrou que o rio transbordou pela primeira vez por volta das 7h da terça-feira, inundando a principal avenida da cidade. Após uma breve trégua da chuva, uma nova enxurrada afetou a área urbana, pegando todos de surpresa.
Os prejuízos materiais são imensuráveis. O valor estimado em perdas nas casas chega a R$ 250 mil, na farmácia da família de Vitalis, cerca de R$ 500 mil em produtos foram destruídos, e o dono de um supermercado local calcula um prejuízo de R$ 5 milhões nas duas unidades.
Carla Alexandre, psicopedagoga, tentou salvar parte do acervo da biblioteca municipal, mas a água quase alcançou o teto do piso térreo, destruindo cerca de 12 mil livros e materiais educativos.
A reconstrução da cidade e a retomada dos negócios será uma tarefa árdua e desafiadora para os moradores e comerciantes de Sinimbu. Alguns já cogitam desistir de seus estabelecimentos diante dos enormes prejuízos. A incerteza paira sobre o futuro da cidade, enquanto os moradores tentam se reerguer em meio à destruição.