Após uma série de negociações, um acordo foi firmado entre as partes, resultando na cessão de 49 mil metros quadrados pelo Estado. A área em questão está localizada fora do Parque Nacional de Jericoacoara e foi regularizada entre 1995 e 1997 em termos fundiários.
O caso chamou a atenção da população local e de autoridades, já que Jericoacoara é um dos principais destinos turísticos do Nordeste. O Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará propôs inicialmente que toda a área da vila ficasse sob a tutela do estado, o que gerou um impasse com a empresária. No entanto, a Procuradoria-Geral do Estado reconheceu a legitimidade da escritura apresentada por Iracema e intermediou um acordo extrajudicial entre as partes.
No acordo, Iracema renunciou a áreas ocupadas por moradores e construções, cedendo 49,5 mil metros quadrados para o Estado. A implementação do acordo está em espera devido a questões burocráticas, mas a expectativa é que ocorra nas próximas semanas. Enquanto isso, moradores locais solicitaram ao Ministério Público do Ceará a investigação do caso, alegando possível prevaricação por parte da Procuradoria-Geral do Estado.
A PGE, por sua vez, alega que buscou proteger as famílias na região e que o reconhecimento do direito de propriedade não isenta Iracema de cumprir as regras ambientais e as restrições municipais para construções. O desenrolar desse caso continuará sendo acompanhado de perto pelas autoridades e pela população local, em meio a uma disputa complexa e delicada sobre a propriedade das terras em Jericoacoara.