Para Albala, Macron enxergou que passaria por um período delicado, com a extrema-direita o atacando constantemente, o que poderia resultar em dois anos de críticas e falta de apoio. Assim, o atual presidente optou por enfrentar um cenário de caos no momento presente, mas conseguindo se apresentar como um suposto salvador da pátria. Essa estratégia, de acordo com o especialista, pode ser considerada uma vitória para Macron, que evita um futuro incerto e desgastante.
Além disso, Albala destaca que Macron encontrou uma saída para não sentir-se derrotado após as eleições legislativas, onde foi claramente superado no primeiro turno. Ao manter-se à frente do governo e reforçar sua posição como chefe do país, Macron consegue minimizar a sensação de derrota e manter-se como figura de destaque no cenário político francês.
Olhando para o futuro, Macron já se movimenta para garantir alguma influência nas próximas eleições, que acontecerão em 2027. Sem a possibilidade de reeleição, o presidente busca fortalecer sua base de apoio e se posicionar como uma liderança capaz de reunir diferentes espectros políticos. Essa estratégia, segundo os especialistas, pode colocar Macron em uma posição vantajosa para retornar como um “salvador da pátria” em um futuro próximo.
Em meio a essas movimentações políticas, o presidente tenta reconstruir sua base de apoio, embora, como observa o professor Renato Janine Ribeiro, essa base esteja fragilizada e não conte com fiéis seguidores. Macron enfrenta um desafio complexo, que envolve manter-se no poder, garantir influência futura e reconstruir sua popularidade entre os eleitores franceses. Sua estratégia de sobrevivência política segue em jogo, em um verdadeiro jogo de xadrez político na França.