O próximo passo na trajetória cinematográfica de Maeve é a exibição de “Pedágio” no 48º Festival de Toronto, no Canadá. O filme também está na pré-seleção da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais para ser o representante do Brasil no Oscar. A atriz está entusiasmada com essa oportunidade, pois sabe que uma indicação ao Oscar traz uma visibilidade enorme para um filme. Durante a entrevista, Maeve encontrou algumas fãs que a abordaram para elogiar seu trabalho. Esses encontros são muito gratificantes para a atriz, que possui uma carreira premiada no cinema brasileiro, incluindo filmes como “O Som ao Redor” (2012), “Aquarius” (2016) e “Boi Neon” (2015). Ela reconhece, no entanto, que a televisão tem um alcance maior e uma melhor conexão com o público em geral.
Maeve também falou sobre seus primeiros receios em atuar na TV aberta. Quando recebeu o convite para sua primeira novela, “A Regra do Jogo” (TV Globo), em 2015, ela chegou a considerar desistir do papel devido à forma como a personagem era retratada. Porém, depois de pesquisar e conversar com mulheres que passaram por situações semelhantes, Maeve percebeu que estava reagindo de forma equivocada e que a interpretação estava correta. Desde então, ela aprendeu a lidar com as reações exageradas e às vezes negativas do público em relação ao seu trabalho.
Aos 47 anos, Maeve Jinkings cresceu em Brasília e descobriu sua paixão pela atuação aos dez anos, durante uma aula de matemática. Apesar de inicialmente decidir estudar publicidade, ela logo percebeu que seu verdadeiro chamado era o teatro. Depois de se formar em teatro na USP, Maeve se mudou para São Paulo e começou a construir uma carreira como atriz. Em um período sabático, ela acabou se estabelecendo no Recife e estrelou seu primeiro longa, “O Som ao Redor”, que a tornou conhecida nacionalmente.
Maeve tem um forte vínculo familiar com a história do Brasil, já que sua mãe era fotojornalista e seu avô materno foi preso durante a ditadura militar. Ela vê a cultura brasileira como algo subversivo, algo que desafia os movimentos conservadores que têm uma visão limitada da cultura nacional. Para ela, ser artista significa olhar no espelho e retratar tanto o belo quanto o feio. Com sua atuação corajosa e dedicada, Maeve Jinkings está fazendo exatamente isso, e seu trabalho está recebendo o reconhecimento merecido dentro e fora do país.