Nesta segunda-feira, a Nova Frente Popular, uma coalizão de partidos de esquerda, surpreendeu ao anunciar que irá apresentar um candidato ao cargo de primeiro-ministro ainda esta semana. O grupo conquistou o primeiro lugar na eleição legislativa, somando 182 cadeiras na Assembleia Nacional. No entanto, opositores de centro e de outros partidos apontam que o bloco de esquerda não possui maioria absoluta – 289 cadeiras – e, portanto, não teria automaticamente o direito ao cargo.
O líder da França Insubmissa, Jean Luc Mélenchon, é rejeitado por Emmanuel Macron, que já deixou claro que não irá formar um governo sob sua liderança. Gabriel Attal, o primeiro-ministro de Macron, anunciou que apresentará sua demissão nesta segunda-feira. Seu grupo político ficou em segundo lugar na eleição, com uma redução significativa no número de deputados da base presidencial. No entanto, Macron sinalizou que pode solicitar a permanência de Attal no cargo durante as próximas semanas.
O campo político alerta que a formação de um governo é inviável sem a criação de uma bancada com pelo menos 240 ou 250 deputados, e mesmo assim, não garantiria uma governabilidade mínima. Além disso, a França se prepara para sediar os Jogos Olímpicos em Paris antes do final do mês, com a presença de dezenas de chefes de estado e de governo, além de uma multidão. Macron também tem planos de participar da cúpula da Otan nesta semana.
Dessa forma, a incerteza e a divisão política marcam o cenário pós-eleitoral na França, com desafios a serem enfrentados para garantir a governabilidade e a estabilidade do país.