Repórter São Paulo – SP – Brasil

Eleição britânica destaca desproporcionalidade do sistema eleitoral: Partido Trabalhista conquista maioria ampla com segunda menor porcentagem de votos.

O cenário político no Reino Unido foi marcado por uma eleição parlamentar histórica, com o Partido Trabalhista, liderado por Keir Starmer, conquistando uma das maiores maiorias da história moderna do país. Apesar de ter obtido a segunda menor porcentagem de votos já registrada por um partido vencedor, o Partido Trabalhista garantiu 412 assentos na Câmara dos Comuns, com 9,7 milhões de votos.

Enquanto isso, o Partido Conservador, que anteriormente estava no poder, viu seu apoio desabar, conquistando apenas 121 assentos após receber 6,8 milhões de votos. O Partido Reformista, liderado por Nigel Farage, atraiu mais de 4 milhões de votos, principalmente de ex-eleitores conservadores, mas obteve apenas quatro assentos. Os Liberais Democratas, por sua vez, conquistaram 71 cadeiras com 3,5 milhões de votos.

Os dados revelam como o sistema eleitoral britânico tende a beneficiar os partidos tradicionais em detrimento dos menores. Partidos como o Partido Verde, que recebeu 1,9 milhão de votos e conquistou quatro assentos, e a legenda nacionalista irlandesa Sinn Fein, com 211 mil votos e sete representantes legislativos, ilustram a disparidade entre votos e assentos no Parlamento.

Darren Hughes, chefe-executivo do grupo Sociedade Pela Reforma Eleitoral, destacou que a eleição foi a mais desproporcional da história do país, refletindo uma desconexão entre os votos do povo e a composição do Parlamento. Partidos menores já sinalizaram discordância com os resultados e pressionam por um sistema eleitoral mais justo.

Países como França e Alemanha possuem métodos eleitorais diferentes, que buscam garantir uma representação mais proporcional no Parlamento. Em meio às críticas ao sistema eleitoral britânico, o debate sobre uma possível reforma permanece em pauta, apesar de um referendo fracassado em 2011. O resultado da última eleição no Reino Unido levanta questões sobre a necessidade de mudanças para tornar o sistema mais equitativo e representativo.

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