Durante o depoimento, Élcio foi questionado sobre os motivos que o levaram a fechar o acordo de colaboração. Ele explicou que desejava colaborar desde o início das investigações, mas não se sentia confortável com a Delegacia de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro devido a suspeitas de corrupção. Segundo ele, a entrada da PF no caso foi vista como uma “esperança” para sua situação.
Além disso, Élcio destacou que não tinha conhecimento prévio do plano de Lessa para assassinar Marielle, afirmando que acreditava ser uma questão pessoal do ex-policial. Ele ressaltou que quanto menos soubesse, melhor para sua segurança.
No depoimento prestado na sexta-feira (30), Élcio mencionou ter se sentido enganado por Lessa, descrevendo sua participação como sendo envolvido em uma “rede de mentiras”. O STF encerrou os depoimentos das testemunhas de acusação e retomará o processo no dia 9 de setembro, para ouvir as testemunhas de defesa.
Dentre os réus nesse caso estão o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, seu irmão Chiquinho Brazão, o deputado federal (sem partido) Chiquinho Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos são acusados de homicídio e organização criminosa, mas negam as acusações.
A ação penal conta com cerca de 70 testemunhas previstas para depor, e os réus serão ouvidos no final do processo. O desfecho desse julgamento é aguardado com atenção, uma vez que pode trazer à tona detalhes sobre um dos crimes mais marcantes e chocantes da história recente do Rio de Janeiro.