A tensão em Rafah tem preocupado as autoridades egípcias, pois a guerra que teve início em outubro de 2023 já deixou um rastro de mortes em ambos os lados. A facção radical Hamas foi responsável por um ataque que resultou em 1.200 mortos em Israel, desencadeando uma reação que causou a morte de mais de 30 mil pessoas até o momento.
Com a população de Rafah inchando de 280 mil para 1,5 milhão de pessoas devido ao deslocamento interno em Gaza, a situação se tornou crítica. O Exército israelense pediu para que os palestinos se refugiassem no sul da região, causando um superlotamento na cidade.
A possível invasão israelense em meio ao Ramadã, mês sagrado do islã, preocupa não apenas o Egito, mas toda a comunidade internacional. O governo egípcio, mesmo diante de uma grave crise econômica, parece estar disposto a abrigar os refugiados para garantir a segurança da população.
No entanto, há receios em relação às consequências políticas e de segurança que a entrada de refugiados palestinos no Egito poderia acarretar. O país vizinho à faixa de Gaza teme que a retomada do controle israelense do “Corredor Philadelphi” possa levar ao isolamento total da região e a possíveis conflitos armados na fronteira.
Enquanto o Egito nega as acusações de estar construindo uma área para receber os refugiados, especialistas afirmam que o país pode estar condicionando sua posição à ajuda financeira internacional. A situação delicada coloca em xeque a estabilidade da região e a relação diplomática entre Egito e Israel, que se mantém estratégica para ambos os países.