Patrícia decidiu concorrer ao Conselho Tutelar da Zona Sul em 2019 por morar no bairro da Glória na época e acreditar na importância de trazer visibilidade para esses órgãos que ainda não são completamente compreendidos pela sociedade. Ela pretende lutar para acabar com a interpretação errônea popular de que o conselho tira os filhos das mães em casos relacionados a questões familiares.
O caminho para se tornar um conselheiro tutelar não é fácil e envolve várias etapas, como inscrição, análise de documentação, comprovação de idoneidade moral, experiência de pelo menos dois anos de atuação com crianças e adolescentes em organizações credenciadas e morar no território do Conselho Tutelar no qual se candidata. Após a eleição, os candidatos precisam provar que estão aptos para ocupar o cargo e passar por uma prova de conhecimento.
Segundo Patrícia, ser a candidata mais votada em duas eleições seguidas reforça seu comprometimento com a causa. Ela acredita que a responsabilidade começa desde o momento em que decide se candidatar e respeitar o voto e os eleitores é fundamental para reafirmar esse compromisso. Porém, muitas pessoas têm dificuldade em se inscrever e não possuem as informações corretas sobre o processo eleitoral.
Ao se candidatar em 2019, as principais preocupações de Patrícia eram a visão equivocada que a sociedade tem do Conselho Tutelar e a desvalorização do órgão. Ela afirma que muitas pessoas confundem os conselheiros tutelares com oficiais de justiça e não entendem sua verdadeira função de fiscalizar e garantir os direitos das crianças e adolescentes. Patrícia quer combater essa desvalorização e promover uma visão mais positiva do Conselho Tutelar.
Embora tenha havido uma mobilização maior e um aumento na participação popular nas eleições deste ano, Patrícia acredita que ainda há muita desinformação em relação ao Conselho Tutelar. Muitas pessoas não sabem como votar e desconhecem a competência do órgão. Ela destaca a importância de um trabalho contínuo de esclarecimento à população para que o órgão seja efetivo na garantia dos direitos das crianças e adolescentes.
Outra preocupação levantada por Patrícia é a ausência de conselhos tutelares em alguns municípios do país. No Rio de Janeiro, por exemplo, deveria haver pelo menos 64 conselhos tutelares, de acordo com as recomendações do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda), mas atualmente existem apenas 19. Isso gera um déficit na proteção das crianças e dos adolescentes e sobrecarrega os conselhos tutelares presentes.
Para o novo mandato, Patrícia pretende focar em temas que promovam discussões importantes, como o combate ao abandono e à exploração infantil, a garantia da educação de qualidade para todos e a promoção de políticas públicas que beneficiem crianças e adolescentes. Ela acredita que ainda há muitos desafios pela frente, mas está disposta a enfrentá-los e lutar pela proteção dos direitos dessa parcela da sociedade.
