Dólar cai 1% em meio a onda de apetite ao risco impulsionada por expectativas positivas na economia chinesa

O dólar encerrou a sessão desta segunda-feira em queda, cotado a R$ 4,9312, uma perda de 1,04%. A moeda americana já vinha em tendência de baixa desde a abertura dos negócios e acelerou o ritmo de queda ao longo da tarde. O real se beneficiou da melhora das expectativas em relação à economia chinesa, o que aumentou o apetite ao risco no exterior.

A China apresentou um crescimento de 0,1% em agosto no índice de preços ao consumidor (CPI), depois de uma deflação de 0,3% em julho. Embora esse número esteja abaixo do esperado pelo mercado, ele diminui os temores de uma desaceleração mais acentuada da atividade econômica. Além disso, o Banco do Povo da China afirmou que os bancos ampliaram significativamente a concessão de empréstimos em agosto e declarou que vai apoiar o yuan, evitando a perturbação da ordem no mercado cambial.

O índice DXY, que mede o comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, continuou em baixa, operando no fim da tarde a around dos 104,500 pontos. O iene se fortaleceu depois que o presidente do Banco do Japão declarou que pode abandonar a política de juros negativos se houver confiança no avanço de preços e salários. As divisas emergentes e de países exportadores de commodities também apresentaram ganhos superiores a 1% em relação ao dólar.

Os investidores estão otimistas com a China, que tem adotado medidas para estimular a economia e conter os problemas no setor imobiliário. Além disso, há expectativa de que os dados econômicos dos Estados Unidos desta semana venham melhores. Essa melhora do cenário internacional pode impulsionar os ativos de risco e valorizar o real.

No entanto, a valorização do real ainda enfrenta obstáculos, como as dúvidas em relação ao cumprimento das metas fiscais do governo brasileiro. A aprovação da reforma tributária e os projetos para ampliar as receitas do governo são pontos pendentes que podem afastar o investidor estrangeiro. Segundo especialistas, o dólar deve oscilar entre uma banda de R$ 4,80 e R$ 5,00.

No cenário nacional, as atenções se voltam para a divulgação do IPCA de agosto amanhã, que pode influenciar as expectativas em relação ao ritmo de redução da taxa Selic. O Banco Central já sinalizou cortes da magnitude de 0,50 ponto percentual por reunião do Copom. Hoje, o Boletim Focus mostrou um ligeiro aumento das expectativas para o IPCA deste ano e de 2024. As projeções passaram de 4,92% para 4,93% e de 3,88% para 3,89%, respectivamente.

Em resumo, o dólar encerrou o dia em queda, impulsionado pelo aumento do apetite ao risco no exterior devido à melhora das expectativas em relação à China. O fortalecimento do real e outras divisas emergentes e de países exportadores de commodities também contribuíram para a queda da moeda americana. As expectativas em relação aos dados econômicos dos Estados Unidos e a divulgação do IPCA de agosto no Brasil são os principais fatores a serem observados nos próximos dias.

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