O argumento era de que qualquer veto relacionado à segurança pública poderia gerar desgaste tanto no Congresso, majoritariamente conservador, quanto na esquerda em ano de eleições municipais. As divergências entre os ministros e o presidente se estenderam até o dia 11 de abril, momento em que Lula decidiu acatar o veto sugerido pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
A segurança pública, tema sensível para o governo, foi o centro do embate interno, onde ministros se dividiam entre uma abordagem pragmática, como a restrição das prerrogativas dos presos, e a defesa dos direitos humanos, tradicionalmente alinhada à esquerda. Lewandowski, que recomendou o veto ao trecho que eliminava as saidinhas para visitas familiares, teve seu posicionamento prevalecendo sobre as demais sugestões dos ministros.
A partir da sanção do projeto com o veto parcial de Lula, houve uma ampliação significativa no rol de presos proibidos de ter acesso às saídas temporárias. Ministros do Planalto defendiam a sanção integral do projeto, enquanto Lewandowski, com o apoio do ministro Jorge Messias, optou pelo veto parcial.
A expectativa é que o veto seja analisado pelo Congresso em breve, com o governo já esperando uma derrota nessa votação. A divisão entre os ministros ficou evidente durante todo o processo, com Lewandowski argumentando em favor do veto e destacando a importância de garantir aos presos o direito de visita à família.
A saga envolvendo a derrubada do veto de Lula no projeto das saidinhas de presos ilustra a complexidade política e ideológica que permeia as decisões do governo. A divisão entre os ministros demonstra a heterogeneidade de opiniões no Palácio do Planalto, refletindo as tensões e preocupações que envolvem questões tão delicadas como a segurança pública e os direitos dos presos. Agora, resta aguardar para ver como essa história se desdobrará no Congresso e na opinião pública.