Em seu discurso que antecipa as reuniões anuais do FMI na próxima semana, Georgieva ressaltou a importância de se observar o impacto desproporcional que o aumento da dívida tem em países de baixa renda, onde o espaço fiscal para manobras é reduzido. Ela destacou que, à medida que a dívida cresce, as dificuldades em fazer escolhas de gastos pertinentes se tornam ainda maiores, com recursos públicos sendo direcionados para pagamentos de dívidas, muitas vezes em detrimento de investimentos em áreas essenciais como educação, infraestrutura e meio ambiente.
A diretora-gerente do FMI também abordou o cenário geopolítico, alertando para um possível aumento nos gastos com defesa em detrimento de investimentos em ajuda humanitária. Ela ressaltou que, em um mundo cada vez mais instável, as prioridades de gastos dos países podem se desviar dos objetivos de desenvolvimento sustentável e paz.
Por fim, Georgieva destacou que o comércio, que historicamente foi um motor de crescimento econômico, pode não desempenhar mais o mesmo papel no futuro. Ela comparou essa nova realidade a “despejar água fria em uma economia mundial já morna”, indicando a necessidade de adaptação a um novo cenário econômico. Nos próximos dias, durante as reuniões do FMI, espera-se que essas questões sejam amplamente discutidas em busca de soluções e políticas eficazes para lidar com a crescente dívida pública global.