Distúrbios em aeroporto de Makhatchkala na Rússia causam pelo menos vinte feridos e danos nas instalações

Na noite de domingo, a capital do Daguestão, República do Cáucaso do norte, foi palco de uma convocatória através das redes sociais que provocou distúrbios e violência. A população foi chamada a se dirigir ao aeroporto de Makhatchkala, uma região majoritariamente muçulmana, para impedir que “refugiados judeus” desembarcassem de um voo que traria evacuados de Israel. O resultado foi um saldo de pelo menos vinte feridos, saques em lojas e danos nas instalações aeroportuárias.

Nesta segunda-feira, o governador de Daguestão, Serguei Melikov, informou que, com a ajuda das tropas da Guarda da Rússia, cerca de 50 jovens foram detidos por participar dos distúrbios e realizar um “pogrom antissemita”. Esses jovens, que carregavam bandeiras da Palestina, gritavam frases como “Alluha Akbar”, “Não os queremos na Rússia” e “Morte a Israel”. As forças de segurança identificaram cerca de 150 participantes dos distúrbios dentre as mais de 1.500 pessoas presentes no aeroporto.

Um dos momentos de maior tensão ocorreu quando um voo da companhia aérea russa Red Wings, procedente de Tel Aviv, aterrissou e foi cercado pela multidão, que chegou a subir nas asas da aeronave. Os passageiros tiveram que permanecer dentro do avião por mais de três horas até que os reforços da Guarda da Rússia chegaram para resgatá-los. O governador Melikov prometeu que as forças de segurança tomarão as medidas necessárias para punir os responsáveis pelo ocorrido.

No entanto, alguns observadores russos alegam que o governante está tentando se eximir da responsabilidade pela tardança da polícia em reagir aos distúrbios. Para eles, é uma tentativa de atribuir a origem dos problemas à Ucrânia. Por sua vez, Melikov afirmou que recursos extremistas administrados por inimigos da Rússia são responsáveis pelos distúrbios, citando o canal de Telegram Utro Daguestão.

Além disso, foram relatadas outras ações antissemitas no Norte do Cáucaso, como a proibição de “israelenses” em hotéis de Khasavyurt e a invasão de um hotel em busca de judeus, além de discursos e ameaças contra frequentadores de sinagogas na região. Esses incidentes têm gerado preocupações quanto à segurança das comunidades judaicas na região.

É importante ressaltar que as opiniões expressas neste artigo não refletem necessariamente a opinião da Diálogos do Sul. O caso tem sido acompanhado de perto pelas autoridades russas e espera-se que as medidas adequadas sejam tomadas para garantir a segurança da população e evitar a propagação do ódio e da violência.

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